As despesas com os seguranças e assessores dos ex-presidentes da República custaram R$ 4,7 milhões aos cofres públicos, até meados de julho deste ano. A gastança com diárias e passagens em deslocamentos no país e no exterior somam R$ 1,8 milhão. Todas as despesas com a equipe de apoio de Fernando Collor atingiram R$ 1 milhão. Em segundo lugar está Dilma Rousseff, com R$ 970 mil. Jair Bolsonaro lidera os gastos com viagens – R$ 555 mil. Ele percorreu cerca de 60 cidades em 34 viagens pelo país desde janeiro, em período pré-eleitoral.
Dilma e Michel Temer fizeram várias viagens internacionais. Dilma esteve em Dubai, Cairo, Paris, Washington, Roma, Riad, Pequim. Temer participou de eventos em Zurique, Dubai, Londres, Lisboa, Nova York, Miami e Orlando. As diárias e passagens dos seguranças e assessores foram pagas pelo contribuinte. As despesas com Fernando Henrique Cardoso e José Sarney são bem menores.
Ex-presidente preso recebeu verba
O presidente Lula teve a ajuda suspensa quando tomou posse no atual mandato, mas terá direito à mordomia quando encerrar o mandato. Ele não deixou de receber essa verba mesmo durante os 500 dias em que esteve preso em Curitiba.
Collor ficou em segundo lugar nas viagens – 50 delas para São Paulo e 26 para Maceió. As despesas somaram R$ 536 mil. Durante muitos anos ele acumulou a verba de ex-presidente com as mordomias do Senado Federal, onde chegou a ter 90 assessores. Os impeachments de Collor e Dilma não eliminaram as mordomias dos dois ex-presidentes. Cada ex-presidente conta ainda com dois carros oficiais blindados.
A equipe de Dilma teve as maiores despesas com salários – R$ 689 mil, sendo R$ 268 mil com o segurança que mora em Xangai, onde ela preside o Banco dos BRICs. O seu segurança recebe auxílio moradia no exterior, indenização de representação no exterior e salário no exterior. No ano passado, a gastança na China foi ainda maior. Dois seguranças da ex-presidente permaneceram em Xangai por 133 dias, do final de março ao início de agosto, recebendo um total de 264 diárias, no valor total de R$ 350 mil. As despesas dos assessores e seguranças de Dilma somaram R$ 1,36 milhão, naquele ano.
Até a Presidência da República achou que era demais
Até a Presidência da República achou que era demais. A partir de setembro de 2023, um servidor foi lotado na embaixada brasileira na China, recebendo salário, auxílio-moradia e indenizações no exterior. Os salários têm o maior peso no total das despesas dos seis ex-presidentes – R$ 2,8 milhões.
As mordomias dos ex-presidentes estão previstas no Decreto nº 6.381, de 27 de fevereiro de 2008, que regulamenta a Lei nº 7.474, de 08 de maio de 1986, relativa às “medidas de segurança e apoio aos ex-presidentes da República”.
Servidores da ativa e da reserva
Além da gratificação pelos cargos comissionados, divulgados pela Presidência, seguranças e assessores também recebem salários ou aposentadorias como militares. Considerando apenas os salários dos militares da ativa, são R$ 70 mil mensais – ou R$ 847 mil por ano. Incluindo a aposentadoria dos militares da reserva são R$ 155 mil por mês – ou R$ 1,86 milhão por ano.
As maiores remunerações estão com as equipes de Collor e Bolsonaro. Na equipe de apoio de Collor, o capitão da reserva Odimar Maia recebe R$ 19,5 mil de aposentadoria e R$ 11,3 mil de gratificação civil, totalizando R$ 30,8 mil. Outro capitão da reserva, Humberto Campelo, recebe aposentadoria de R$ 21,6 mil mais R$ 4,1 mil de gratificação, num total de R$ 25,7 mil. Bolsonaro conta com seis sargentos da ativa. Dois deles, Jossandro da Silva e Cristiano Mesquita, recebem R$ 9,15 mil de salário e R$ 2,4 mil de gratificação.
As viagens dos presidentes ao exterior
Nas viagens dos ex-presidentes, não são pagas as suas despesas pessoais. Os gastos são relativos a diárias e passagens dos seguranças e assessores. Em fevereiro, Dilma discursou na Cúpula Global de Governos em Dubai. Depois, seguiu para Cairo, que recebia a visita do presidente Lula. Um segurança da ex-presidente foi deslocado de Xangai, onde mora, para fazer a sua “segurança pessoal” em Dubai e Cairo. As diárias e passagens do segurança custaram R$ 47 mil.
Temer foi a Dubai em março para fazer palestra no LIDE Brazil Conference. As diárias e passagens dos seus dois seguranças custaram R$ 132 mil. As passagens de cada um deles chegaram a R$ 61 mil. Em abril, Temer palestrou no evento LTF-Latin América Tech Forum, em Miami. As diárias e passagens dos seguranças ficaram em R$ 29 mil.
Em abril, Temer fez palestra no Fórum Jurídico Brasil de Ideias - edição Londres. O deslocamento de dois seguranças custou R$ 50 mil. Em maio, foi palestrante no evento LIDE Brazil Investment Fórum, em Nova YorK. No mês seguinte, Temer palestrou no Fórum Jurídico de Lisboa. Mais R$ 50 mil de despesas com diárias e passagens para seguranças. Em julho, Temer passou 12 dias em Orlando (EUA). O deslocamento de dois seguranças custou R$ 68 mil. Cada um deles recebeu R$ 25 mil em diárias. Os registros oficiais não informam o que o ex-presidente foi fazer em Orlando.
Em abril, Dilma participou, em Washington, do Fórum Brasil-EUA de Altos Empresários e fez o encerramento do Seminário Brasil-EUA. Em seguida, deu uma esticadinha a Roma para fazer uma visita ao Papa. Conversaram principalmente sobre questões ambientais e a fome. As passagens e diárias custaram R$ 79 mil.
Em junho, Dilma encontrou-se com o vice-presidente Geraldo Alckmin em Pequim. Após o encontro, os dois assinaram carta-compromisso de apoio ao Rio Grande do Sul, com a destinação de US$ 495 milhões do Banco dos BRICs para a reconstrução do estado.
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