As viagens dos filhos do presidente Lula já custaram R$ 5,6 milhões no atual governo, considerando apenas as despesas com diárias e passagens dos seus seguranças. Os gastos deste ano com 64 viagens até 11 de maio, num total de R$ 1,15 milhão, projetam uma despesa de R$ 3,2 milhões até o final do ano. Em 2023, os gastos chegaram a R$ 4,3 milhões (em valores atualizados). Assim, em dois anos completos de governo os filhos de Lula terão torrado R$ 7,5 milhões dos cofres públicos.
A boa notícia para o contribuinte, que paga a conta, é que houve uma redução de despesas neste ano. O número de seguranças em cada viagem, que chegou a 33, caiu para um terço disso. A má notícia é que despesas pesadas como aluguel de veículos e hospedagem para os seguranças não são divulgadas. Ou seja, os gastos são ainda maiores. Esses dados são liberados após o término do mandato presidencial.
As viagens preferidas dos familiares
A maior parte das viagens dos filhos de Lula neste ano foram para a cidade de São Paulo – 13 deslocamentos no valor total de 335 mil. Considerando as sete cidades paulistas visitadas, as despesas chegam R$ 420 mil. Em segundo lugar vem as viagens para Manaus – R$ 245 mil. Somando com voos para Rio Preto da Eva (AM), pequena cidade localizada ao lado da capital, no valor de 67 mil, o total de despesas com viagens para o Amazonas chega a R$ 312 mil. As passagens para Manaus são também as mais caras. Doze delas superaram os R$ 6 mil. Uma chegou a R$ 7,2 mil. Daria para ir a Nova Iorque.
Na sequência das viagens mais caras, estão Maricá (RJ), com R$ 135 mil; Brasília, com R$ 101 mil; Aracaju (SE), com 75 mil; e Campinas, com R$ 66 mil. A passagem mais cara foi para Maricá – R$ 8,5 mil. Paga um voo para a Europa. Naquela viagem para Maricá, de 10 dias, em março, as despesas somaram R$ 89 mil. Os familiares de Lula foram escoltados por nove militares liderados por um major do Exército. O mesmo oficial superior comandou as equipes de segurança de outras cinco viagens, incluindo Rio de Janeiro, Brasília.
Nomes de familiares em sigilo
No início do atual governo, foram divulgados no Portal da Transparência os nomes de três filhos do presidente, Lurian Cordeiro, Luís Cláudio e Marcos Lula da Silva, que fizeram viagens escoltados por militares. De março a junho de 2023, foi possível identificar 46 viagens com o nome dos familiares de Lula, no valor total de R$ 184 mil. Eles estiveram no Rio de Janeiro, Brasília e Aracaju. Talvez tenha sido um “cochilo” do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que faz a segurança da família presidencial Lula.
Isso porque, a partir de julho de 2023, os nomes dos familiares foram colocados sob sigilo. Atualmente, estão disponíveis o destino, o número e o nome dos seguranças e o valor das diárias e passagens. Os nomes dos familiares continuam em segredo de Estado, com base na Lei de Acesso à Informação, para permitir essa regalia ao presidente, vice e seus familiares.
Em 2023, as equipes de segurança eram bem maiores. Em julho daquele ano, uma equipe de segurança de 33 militares, liderados por um oficial superior, deslocou-se a São Paulo para “dar prosseguimento nos serviços de segurança” de familiar do presidente da República em apoio ao Escritório de Representação da Presidência da República na cidade de São Paulo. Ali permaneceram por 15 dias. As diárias e passagens aéreas dos seguranças somaram R$ 174 mil.
Gastos desde o primeiro governo
Após o final dos dois primeiros mandatos de Lula, foram abertas as despesas do presidente e dos seus filhos. O blog apurou os dados em arquivos físicos disponíveis na Secretaria-Geral da Presidência. Ali está registrado que, no dia 26 de abril de 2003, logo no início do primeiro governo Lula, o GSI solicitou à Presidência a locação de quatro veículos Vectra ou similar, dois deles com motoristas, por 30 dias, a partir de 3 de maio, para “atender às necessidades de segurança” de familiares do presidente Lula em Florianópolis.
A segurança deveria ser mantida por 24 horas, em dias úteis ou não. O GSI acrescentou que haveria ainda despesas com horas extras e hospedagem dos seguranças que acompanharam a "comitiva".
Em 15 de abril, já haviam sido solicitados dois veículos quatro portas com motoristas para familiares do presidente, para o período de 15 dias, a partir de 23 de abril. O blog apurou que algumas viagens têm datas coincidentes. Isso ocorre porque eram fornecidos carros e seguranças para vários filhos do presidente ao mesmo tempo, em diferentes lugares do país, o que exigia uma logística ágil e muito cara.
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