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Luís Ernesto Lacombe

Luís Ernesto Lacombe

Liberdade de expressão

Ainda podemos odiar o pecado?

Imagem ilustrativa. (Foto: Marcio Antonio Campos com Midjourney)

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A “pátria educadora” é uma gracinha. Vai ensinar direitinho como todos devem se comportar. O Estado “pai de todos”, tutor é tão lindo... Vai deixar bem claro o que é mentira, o que é verdade, o que é discurso extremista, discurso de ódio. Vai estabelecer o que é opinião e o que não é, o que é crítica e o que não é, o que é liberdade de expressão e o que é agressão, o que é debate e o que não é. O Estado vai nos pegar pela mão, vai nos ensinar como devemos nos comportar nas redes sociais, vai nos salvar, vai nos proteger.

Ele está na trincheira por nós, está no combate por nós, e devemos lhe agradecer. Obrigado, Advocacia-Geral da União. Quanto bem vai nos proporcionar a Procuradoria Nacional da União em Defesa da Democracia... Obrigado, Tribunal Superior Eleitoral, pelo Centro Integrado de Enfrentamento à Desinformação e Defesa da Democracia. Obrigado, Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. O portal “Ódio ou Opinião” vai nos transformar no país da liberdade e do amor. Muito obrigado.

Democracia é quando eu mando, ditadura é quando mandam em mim. Os que estão no poder pensam assim. O ódio deles é do bem, é tão lindo

Talvez já tenham proibido a ironia e o sarcasmo... Não para todo mundo, claro. Falam tanto em democracia, em democracia, mas que país democrático tem um aparato desses? A União Soviética, da KGB, tinha. A República Democrática da Alemanha, da Stasi, a comunista, tinha. A República Popular Democrática da Coreia, a comunista, tem... A República Democrática do Congo também. Falar sem parar em democracia, muitas vezes, é como odiá-la. Falar em “democracia relativa” é o mesmo que condenar a democracia de verdade.

Democracia é quando eu mando, ditadura é quando mandam em mim. Os que estão no poder pensam assim. O ódio deles é do bem, é tão lindo. A eles é permitido perseguir opositores, proibir críticas e opiniões de que não gostem. “Contribuir para o debate público” é não debater, é se submeter àquilo que os poderosos consideram verdade, discurso civilizado... Eles, obviamente, podem querer “ferrar” os outros. Eles podem sentir repulsa, ojeriza, raiva... Os outros que não se atrevam.

Então, nem pense em odiar quem faz de tudo para ajudar corruptos e corruptores, quem gerou a pior crise econômica da história do Brasil e agora age, com todas as forças, por um novo desastre. É proibido ter asco de quem prega a ineficiência, o atraso, ideias que comprovadamente não dão certo. Não, ninguém pode odiar quem não assume a culpa por nada, e xinga e acusa os outros, quem vive criando bodes expiatórios, quem erra, ao que tudo indica, de propósito.

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Querem que seja loucura odiar quem chama um bebê no ventre da mãe de “monstro”, quem condena o costume, a família, o patriotismo, quem defende bandidos, terroristas, quem odeia o que é certo. Não aceitam que ninguém fique indignado, se o Brasil é entregue a uma aliança pela destruição, com Rússia, Coreia do Norte, Irã, Hamas, Cuba, Venezuela, Nicarágua... Não podemos odiar os odiosos, quem faz de tudo para provocar ódio. Não podemos odiar o redentor “ministério da verdade”.

Não podemos? Será? Não há nada que se aproveite em nenhum tipo de ódio? Ele não pode ser um aviso, um alerta contra a violação de limites, de valores fundamentais, contra a calamidade, a tragédia, o perigo? Ele não pode conduzir a soluções assertivas, inadiáveis, dentro da lei? Nós podemos, sim, odiar o pecado. Deus odeia o pecado, e de nós é sempre cobrada essa aversão. Está em Isaías: “Porque eu, o Senhor, amo a justiça e odeio o roubo e toda maldade”.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

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