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Não, imagine, Alexandre de Moraes nunca atuou de forma abusiva, arbitrária ou ilegal. Jamais! Tudo o que ele faz é respeitar cada uma de todas as leis vigentes no Brasil. É um homem guiado pela Constituição, pelo que está escrito em todos os artigos, parágrafos, incisos. Ele é pródigo nesse respeito sem contornos, reto, rígido a todas as legislações, a todos os códigos, regimentos, estatutos, a todas as portarias e sei lá mais o quê. Claro que é Moraes quem afirma tudo isso. Ele, seus amiguinhos no Supremo, seus companheiros de ocasião no Executivo e no Legislativo. E a imprensa amiga, não dá para esquecer. O problema é que mesmo os melhores mentirosos acabam se entregando...
A semana que passou revelou, mais uma vez, que Moraes, sim, comete crimes. A semana que passou revelou, mais uma vez, que a imprensa de estimação do ministro do STF, sim, até aqui, foi cúmplice dessas práticas ilegais. São dois exemplos simples, mas que destroem as narrativas fajutas de que Moraes “salvou a democracia”. Se leis foram rasgadas, interpretadas maliciosamente, inventadas, criadas, nada foi salvo, nada foi resgatado, restabelecido e protegido dos 213 milhões de tiranos...
O que esses jornalecos têm dito nos últimos meses, empilhando seus crimes e os crimes do sistema, é que “contra Bolsonaro, seus aliados e seus apoiadores valia tudo”
No domingo passado, a Folha de S.Paulo publicou mais um editorial criminoso. É um conteúdo que, volta e meia, surge não apenas na Folha, mas em outros veículos tradicionais que já foram importantes. Não só em editoriais, chancelado como opinião do jornal, mas em textos de colunistas, de articulistas... O título, dessa vez, era: “Sob Fachin, Supremo precisa buscar a autocontenção”. O subtítulo: “Concluído o julgamento que condenou Bolsonaro e militares por tentativa de golpe, inédito no país, Corte deve abandonar ativismo, heterodoxias e excessos”.
O que esses jornalecos têm dito nos últimos meses, empilhando seus crimes e os crimes do sistema, é que “contra Bolsonaro, seus aliados e seus apoiadores valia tudo”. Agora que “o bolsonarismo foi derrotado”, está na hora de voltar ao “império das leis”. Mais uma vez, a Folha parte para eufemismos canalhas e não chama pelos nomes corretos o que o Supremo, de um modo geral, vem fazendo desde 2018. Abusos, arbítrios e ilegalidades serão sempre abusos, arbítrios e ilegalidades, não importa a vítima da trama macabra.
O texto da Folha diz que, com Bolsonaro na Presidência, “o país sofreu as pressões mais agudas em quatro décadas de redemocratização”… O folhetim estudantil revolucionário reconhece que o enfrentamento a isso que o jornal não define, não conceitua e não exemplifica se deu com “heterodoxias e excessos por parte dos magistrados”. Agora está na hora de “trilhar o caminho de volta à normalidade”. Fica muito claro o reconhecimento da ilegalidade dos inquéritos “opacos e intermináveis” tocados por Moraes, “sem objeto definido, com decisões de inclinação censória e arbitrariedades como ordens monocráticas sigilosas”. De novo, o jornaleco afirma que Moraes “errou ao tomar para si funções da Procuradoria-Geral da República e que o STF invadiu competências do Legislativo, modificando e criando leis”...
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Essa imprensa não desistiu apenas de ser imprensa, resolveu entrar com tudo no mundo do crime. Por isso, decidiu também ignorar todas as denúncias, com “provas sobradas”, apresentadas contra Alexandre de Moraes por seu ex-assessor no TSE. Eduardo Tagliaferro foi levado na última quarta-feira a uma delegacia na Itália, onde está vivendo. Tudo porque o ministro do STF quer que ele seja extraditado para o Brasil. O motivo? Tagliaferro teria divulgado informações sigilosas do gabinete de Moraes.
Usando contra Tagliaferro o artigo 325 do Código Penal, que pune quem revela segredo em razão da função que exerce, Moraes reconhece que as provas apresentadas contra ele por seu ex-assessor são verdadeiras. Do contrário, o estaria processando por calúnia, injúria ou difamação. E, nesse caso, o interesse público está ao lado de quem revela o segredo, não de quem o guarda. Portanto, é um absurdo que Tagliaferro seja encurralado e o conteúdo divulgado por ele não seja investigado. Ninguém – nem a Itália, nem a imprensa – pode aceitar que um ilícito exposto seja ignorado e que o denunciante seja perseguido, muito menos pelo próprio denunciado.
Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos




