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Não, o paraíso não é aqui. Quem acredita nisso estará sempre no caminho errado, longe dos valores morais, apartado da vida espiritual, das virtudes. A busca pelos prazeres terrenos vai arrastá-lo sempre para os pecados. A sensação passageira será de liberdade total, em meio à inevitável escravidão. Será sempre prisioneiro de seus desejos aquele que se imagina acima do bem e do mal, aquele que repete sem parar que “o importante é ser feliz”, “é aproveitar cada momento”, não importam as consequências disso, nem para os outros, nem para si próprio.
As dores dos outros não são consideradas. Há um desprezo absoluto por elas. Os mundanos, em sua frivolidade quase diabólica, também se esforçam para desprezar seus próprios sofrimentos. Com certa dificuldade, às vezes. Quando não conseguem disfarçar seu padecimento, negá-lo, entregam-se à revolta, amaldiçoam qualquer possibilidade de aprendizagem, de crescimento, de remissão e redenção. O que eles querem é poder, dinheiro. Eles são deuses tortos, querem agora, querem aqui.
Os corruptos foram alçados a uma estranha categoria de “santos”. Todos os ilícitos fartamente comprovados praticados por um grupo específico viraram casos de “injustiça”
Não há mais fidelidade, senão ao que não presta. Não há mais verdade, não há mais compromissos com a justiça, com o bem. Assim estamos nesse mundo. Os honrados, os íntegros são empurrados para o inferno. Os pulhas, os patifes tomaram o controle de tudo. E se protegem, e protegem os seus. Os pecados agora foram transformados em virtudes, que passaram a ser condenadas. Está tudo do avesso, está tudo em chamas. A degeneração e a decadência parecem implacáveis.
Tentam assegurar o paraíso na Terra, o falso firmamento, a toda espécie de bandido. Traficantes, assaltantes, assassinos, estupradores, pedófilos, a “justiça dos homens” decidiu absolvê-los. Aos corruptos deram mais, eles foram alçados a uma estranha categoria de “santos”. Há, para isso, todo um esquema doutrinário e uma jurisprudência desprovida de qualquer lógica. Todos os ilícitos fartamente comprovados praticados por um grupo específico viraram casos de “injustiça”.
Talvez estejam agora em busca de uma reparação para essa gente tão especial: Lula, Sérgio Cabral, José Dirceu, José Genoino, João Paulo Cunha, Henrique Pizzolato, Valdemar Costa Neto, Geddel Vieira Lima, Renan Calheiros, Aldemir Bendine, André Vargas, Beto Richa, Eduardo Cunha, João Santana, João Vaccari Neto, José Carlos Bumlai, a turma das empreiteiras, os irmãos Batista...
A confraria dos “deuses” do STF pode “editar o país” à vontade, usando quaisquer pretextos furados, quaisquer teses e narrativas insustentáveis. Não há mais civilização, democracia, respeito às leis. O sistema promove a grande farra da impunidade, empilhando, às toneladas, abusos, arbítrios e ilegalidades. Fala em “armação, fruto de um projeto de poder”, apontando para os outros, fugindo do espelho. Quer derrotar, assim, a cidadania, as liberdades... Acha-se invencível, mas sua visão revisionista não é capaz de mudar o inferno interior de cada um que está no sistema, seu inferno na Terra e o inferno das profundezas.
Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos