Indo direto ao ponto: o governo Lula instrumentaliza e financia grupos que desmentem supostas fake news envolvendo o governo. É o que está acontecendo neste momento com o “grupo de pesquisa” chamado NetLab UFRJ, cuja principal função na tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul tem sido de identificar “narrativas” de redes sociais, encontrar suas supostas “incoerências" ou “desinformações”, e reafirmar a narrativa do governo.
Li o estudo e trata-se de uma aberração. A primeira afirmação que os "pesquisadores da UFRJ" (como preferem ser chamados para concessão de argumento de autoridade) buscam descredibilizar é a de que "Lula não está comprometido com as vítimas das enchentes". Para tal, apontam uma suposta distorção na interpretação de uma publicação na CNN, que aponta uma defasagem no envio de recursos para as cidades atingidas em 2023; mencionam posts com críticas à fala desastrosa de Lula diante das câmeras em Santa Maria de que ele "estava torcendo pelo Grêmio e pelo Inter", afirmando se tratar de uma "descontextualização para alegar negligência com as vítimas"; e concluem rotulando, novamente, de distorção a reportagem da Folha de S. Paulo que divulgou a recusa da ajuda do Uruguai pelo governo brasileiro.
Não é dever do Estado definir o que é ou não verdade, muito menos o de financiar grupos que pretensamente façam isso pelo governo.
Desconsideremos a bobagem pública inegável dita por Lula a respeito de futebol em meio à tragédia. Tanto a primeira como a terceira suposta “narrativa de desinformação” foram desmentidas, segundo os “pesquisadores”, pela Secretaria de Imprensa da Presidência da República (a primeira) e pela Secretaria de Comunicação (a segunda). Ora, para isso não precisa de pesquisa! Basta perguntar a um representante do governo sua opinião e, independentemente de ser verdadeira ou falsa a resposta, cravar como correta a opinião de Lula, de Pimenta e do PT.
Agrava o fato de que, no caso da oferta uruguaia, a própria Folha de S. Paulo apurou e confirmou a denúncia. O Brasil, verdadeiramente, rejeitou a oferta uruguaia de apoio adicional ao que já havia prestado no início da calamidade, com o empréstimo de um helicóptero. Lanchas, um avião e drones oferecidos, segundo o próprio embaixador do Uruguai confirmou em audiência comigo e com o presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, foram rejeitados.
Há, ainda, outras sete supostas “narrativas de desinformação” abordadas pelo estudo da Netlab, mas não é preciso avançar para as demais. Já na primeira avaliação é evidente a falta de compromisso com a ciência de tais "pesquisadores" e o esforço escancarado para defender as posições governistas. A pergunta que precisa ser feita, diante desses fatos, é: por que a Netlab trabalha a favor do governo e contra a ciência? Uma boa linha de investigação é a conhecida exclamativa: follow the money!
Em uma rápida verificação de dados públicos do orçamento geral da União, verifica-se que dos treze pesquisadores que assinam o estudo do NetLab, oito são bolsistas bancados com recursos do Fundo de Defesa de Direitos Difusos (FDD), vinculado ao Ministério da Justiça. Para começar, o dinheiro deste fundo deveria ser utilizado para situações de calamidade climática, por exemplo. De acordo com a Lei 7347/1985, o fundo tem por finalidade a reparação dos danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico, paisagístico, por infração à ordem econômica e a outros interesses difusos e coletivos. No entanto, a verba pública está sendo utilizada para uma finalidade bem diferente, reforçando com dinheiro o plantel de serviçais do governo que persegue opositores.
É o Estado financiando instrumentos de repressão à liberdade de expressão e, em contrapartida, universidades como a UFRJ emprestando seu nome para um grupo que nada mais faz do que prestar serviço político para Lula e o PT, pago pelo tesouro nacional. O governo Lula persegue quem fala a verdade utilizando da máquina estatal para que possa mentir à vontade, sem oposição, e com o beneplácito de boa parte da imprensa nacional que repercute “estudos" não científicos e partidarizados.
É hora de dar um basta nisso, pois não é dever do Estado definir o que é ou não verdade, muito menos o de financiar grupos que pretensamente façam isso pelo governo. O Fundo de Direitos Difusos precisa ser usado para o seu destino correto, não para patrocinar a propaganda do regime lulopetista.
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