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Mais de 300 milhões de visualizações: o vídeo de Nikolas Ferreira (PL-MG) sobre o monitoramento do Pix furou a bolha e teve mais views do que toda a população brasileira somada. O governo Lula, desnorteado, fez o que pôde para descredibilizar o mensageiro: acusou o deputado de espalhar fake news, de desinformação (ou de disseminar “desordem informacional”), de irresponsável e inescrupuloso. No entanto, a brilhante peça produzida pelo mineiro nocauteou o governo por outro motivo: por que expôs as intenções de Lula e do PT à população brasileira. Ou seja: foi competente em contar a verdade.
No próprio vídeo, Nikolas advertia que o ato da receita federal que passaria a escrutinar as contas bancárias de brasileiros que movimentassem mais de 5 mil reais por mês não significava taxação do Pix. Ele mesmo, Nikolas Ferreira, fez questão, portanto, de blindar-se contra potenciais acusações futuras de que estaria dizendo o que efetivamente não disse. Não importou: mesmo assim, muitos petistas e mesmo órgãos de imprensa criaram fake news para sustentar que quem fez fake news foi o deputado. Pode?
O problema, portanto, não está nem na mensagem, nem no mensageiro. Está neste governo, que mente muito e acusa os outros de fazer fake news. Acusa e persegue, como agora prometem mais uma vez fazer a AGU e o MPF aparelhado, ameaçando processar deputados federais e senadores que criticaram a medida governamental
Infelizmente, no Brasil atual, pode. O que não pode é expor o governo. É criticar políticas públicas. Na opinião de uma jornalista da Globo News, aliás, fazer oposição é crime. Segundo Eliane Cantanhêde disse no ar no último dia 15 de janeiro, “há uma pressão, que é de partidos políticos, mas que encontra eco no governo, para criminalizar essa posição, essa desqualificação que Nikolas fez”; e acrescenta, sem nenhum constrangimento: “Porque você desacreditar, atacar políticas públicas, é crime”.
Não obstante, o governo preferiu revogar o ato criticado. Era um ato necessário para combater a sonegação, diziam; não haveria taxação do Pix, afirmavam; não tinha nada a ver a crítica de que a medida impactaria milhões de brasileiros trabalhadores. Mesmo assim, preferiram revogá-la e anunciar uma publicação de uma medida provisória em sentido contrário, igualando Pix ao dinheiro físico. Deu pra entender?
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Este é o governo que rotula qualquer alerta feito pela oposição como fake news. Dizíamos que Lula iria abraçar Maduro se fosse eleito presidente. Segundo o PT, era Fake News. Esta Gazeta, aliás, foi censurada pelo TSE no período eleitoral por reportar jornalisticamente sobre a relação do então candidato petista a Maduro e a Ortega. Era difamação, segundo a corte, e não poderia ser veiculada. Lula manteria o segredo de seus gastos com cartão corporativo: segundo petistas, fake news. Lula iria taxar as blusinhas: fake news. Em vez de cair, o preço da picanha com Lula iria subir: fake news. E a taxação do pix? Bom, por enquanto, também é fake news. Mas, com o histórico desse governo, Nikolas fez o mínimo que a honestidade intelectual exige: disse que não duvidaria se em breve o povo pagasse imposto também sobre essa transação.
O problema, portanto, não está nem na mensagem, nem no mensageiro. Está neste governo, que mente muito e acusa os outros de fazer fake news. Acusa e persegue, como agora prometem mais uma vez fazer a AGU e o MPF aparelhado, ameaçando processar deputados federais e senadores que criticaram a medida governamental. A imunidade parlamentar para opiniões dadas pelos representantes do povo é solenemente desprezada pelos petistas, com apoio de parcela significativa da mídia brasileira que deveria, ao contrário, fazer o que a Gazeta do Povo faz: defender a liberdade de expressão e as garantias constitucionais de todos os brasileiros.
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A exposição das falácias do governo tem gerado constante tentativa de silenciar e desacreditar aqueles que ousam criticá-lo. O governo Lula, ao acusar seus opositores de espalharem fake news, não só desvia a atenção dos seus erros – bem como dos ataques que o governo promeve contra os mais pobres –, como ainda ameaça a liberdade de expressão e o debate democrático. Enquanto o governo recua em algumas de suas ações sob pressão, a estratégia de rotular como desinformação qualquer voz discordante é uma prática tirânica, abusiva e antidemocrática, que enfraquece as bases da democracia e enfraquece a confiança da população em suas instituições.
Felizmente, temos as redes sociais para nos manifestarmos. Por enquanto. Vamos continuar batalhando para não perdê-las jamais. Mas dá para entender porque, agora, o governo volta a tratar do tema da regulação das redes sociais e por que, no fundo, quer tanto a censura no país. O PT não quer defender o Brasil das mentiras. Quer, a exemplo do que fez com o vídeo do deputado Nikolas, impedir que você saiba a verdade.
Conteúdo editado por: Jocelaine Santos