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Mais uma vez, Lula mostrou que seu compromisso é consigo mesmo, e não com o Brasil. Em uma decisão nada surpreendente, o petista indicou Jorge Messias, o "Bessias", para preencher a vaga deixada por Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal. Guardar a Constituição deixou de ser a missão principal do STF, que se torna cada vez mais ativista.
Messias fez parte da última e desastrosa gestão de Dilma Rousseff (2014-2016) e ficou conhecido nacionalmente pela gravação em que Dilma conversa com Lula e cita o nome do atual advogado-geral da União a respeito de uma manobra para a possível nomeação do "descondenado" como ministro da Casa Civil, com o objetivo de blindá-lo de um mandado de prisão.
Agora indicado por Lula, Jorge Messias já criticou o autoritarismo do Judiciário. Em um comentário sobre a Corte, ele escreveu: "Entre 2012 e 2018, multiplicaram-se críticas da esquerda sobre o conservadorismo e o autoritarismo do Judiciário e do STF, que estariam atuando de maneira partidarizada em detrimento dos interesses do Partido dos Trabalhadores e dos próprios trabalhadores e movimentos sociais." Será que atualmente ele continua pensando da mesma forma?
Fazendo o papel de bom soldado da esquerda, quando o escândalo dos roubos do INSS veio à tona, o "Bessias" tentou associar as fraudes ao governo anterior e criticou meu vídeo sobre o tema, afirmando que meu objetivo era "lacrar". Também gostaria de saber dele qual seria o objetivo da esquerda em blindar a convocação de investigados, que é o que estão fazendo na CPMI do INSS. Qual o medo?
Claro que não para por aí. Além do incômodo comigo, ele também já criticou as big techs e as redes sociais, fazendo as seguintes afirmações: "Google, Facebook, Instagram são monopólios que não só impedem a competição econômica, como empregam seus vastos recursos para financiar estratégias políticas a fim de manter suas posições privilegiadas"; e "Se não há acordo para responsabilizar as plataformas pela desinformação difundida, os Estados Unidos caminham rapidamente para fazer da internet mais um campo da competição estratégica com a China."
No entanto, o modus operandi progressista é o mesmo: criam inúmeras narrativas para justificar a censura, inclusive acusando os outros de propagar "fake news", mas se calam quando os próprios pares mentem compulsivamente nas redes sociais.
Durante o debate eleitoral em 2022, Lula disse que tentar mexer na Suprema Corte para colocar amigo, companheiro ou partidário era atraso e retrocesso. Apesar de se posicionar contra isso e até abordar a possibilidade de uma nova Constituinte, suas ações após as eleições mostraram exatamente o contrário. Com Dino, Zanin e Messias, o petista confirmou que o objetivo é a defesa de seus próprios interesses, bem como dos da esquerda.
A classe artística progressista, acostumada a passar vergonhas monumentais — como o inesquecível "Salve a Amazônia", que ficou esquecido no passado —, colocou mais uma em sua conta. Nomes como Anitta, Angélica, Juliette e Fernanda Torres endossaram uma campanha para a indicação de uma mulher negra ao Supremo Tribunal Federal, mas descobriram, mais uma vez, que Lula pouco se importa com isso e, na verdade, só quer usar as minorias para ganhar votos e nada mais. Com mais um "não", restará o silêncio, já que não ousarão criticar o "painho".
Se nomeado, Jorge Messias ficará no STF até 2055. Enquanto sonhamos com uma Suprema Corte verdadeiramente justa e imparcial, caminhamos a passos largos para o outro lado, onde a tirania abre espaço e vai ganhando reforços. Se criticar, já sabe...




