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Kazuo Harada está alçando o voo dos sonhos.
O premiado chef, que é um dos cinco Chefs 5 Estrelas do Prêmio Bom Gourmet, acaba de inaugurar seu próprio restaurante: Kazuo. Só que em São Paulo, para onde retorna, depois de sete anos plantando sabores e colhendo prêmios por aí.
A pandemia atrasou um pouco a realização. Lembro da primeira vez que conversamos sobre o assunto. Foi no início do ano passado, antes que esse vírus tomasse conta de tudo e do controle da vida de todos. Kazuo estava animadíssimo, falando de uma casa enorme, em plena Faria Lima, fervo dos negócios da capital paulista.
Mas sempre repetia: “abro lá, mas continuo aqui. Amo essa cidade que tão bem me recebeu”.
Um ano e tanto depois, o restaurante Kazuo – que já vinha funcionando em soft open – está oficialmente aberto desde esta segunda-feira (12), com reservas plenas e com a expectativa de muito sucesso. Nada mais do que se poderia esperar desse chef e sushiman tão talentoso, que, em pouco tempo, conquistou todos nós por aqui, desde que abriu o restaurante Hai Yo, especializado em cozinha asiática, no Grande Hotel Rayon.
Fiz o registro na época (dezembro de 2018), entre o entusiasmado e o impressionado com tantos sabores agregados em um só talento (confira o post aqui). Afinal de contas, tudo se poderia esperar de um chef premiado por três anos consecutivos com uma estrela Michelin no comando do restaurante Mee, do Hotel Copacabana Palace/RJ. Mas ele foi mais, muito mais.
Talvez tenha sido pela irresistível paixão que marcou por Curitiba, de onde não mais pretendia sair. E não vai mesmo, conforme acaba de me confirmar via WhatsApp: “Xavier, boa tarde. Sigo no Hai Yo”. Apenas ratificou sua estreita ligação com a cidade e com o restaurante que criou para fazer brilhar entre nós.
A nova casa
O restaurante Kazuo, localizado no Itaim Bibi, propõe uma viagem gastronômica à Ásia, trabalhando com uma fusão de sabores e ingredientes de emblemáticos países, como Japão, Índia, China e Tailândia, a base da cozinha do chef.
Num ambiente amplo, com capacidade para 93 pessoas, um imponente sushi bar no meio do salão, de onde os clientes acompanham a produção de seus sushis. Além disso, bar e varanda fazem parte da composição do salão. Na parte de cima, salas privativas para famílias e pequenos grupos terem uma experiência mais intimista.
Dinâmico, inventivo e inovador, o restaurante apresenta diferentes propostas, seja no balcão ou nas mesas. O cliente pode optar pelo omakase que inicia com 3 entradas. Servidos em unidades, a etapa dos sushis, que chegam em dez niguiris de um único corte e seguem a tradição japonesa, sendo produzidos com peixes de espécies comuns da região de consumo e de onde se encontram as correntes de água mais frias, como Ilha Grande (litoral sul paulista) e litoral do Nordeste.
Nos pratos quentes, a viagem pelas cozinhas chinesa, tailandesa, vietnamita, malaia e coreana completam a experiência do comensal, trazendo bocadas de sabores de cada região. A experiência omakase (R$ 390) fica disponível apenas no jantar.
Para os que buscam algo mais descontraído, o menu à la carte oferece interessantes sugestões assinadas pelo chef. Da China, o lendário Peking Duck, com coxa e sobrecoxa de pato cozidas na própria gordura, em baixa temperatura, molho hoisin, feito a partir de uma combinação de soja fermentada, alho, condimentos, gergelim, sal e pimenta, acompanhado de alho-poró e panqueca artesanal que o cliente finaliza na mesa (deve ser um pouco parecido com o Crispy sichuan confit duck with pancakes, do Hai Yo.
Indo para a parte coreana, o Tartare de atum, pimenta doce e missô. Da Tailândia, o curry, aqui verde, acompanhado de arroz de jasmim, coxa e sobrecoxa de frango, com ervas. O filipino Kinilaw, uma preparação entre o ceviche e o ussuzukuri, chega com finas fatias de peixe branco, com limão e tamarindo.
Este cardápio fica disponível nos dois horários, almoço e jantar. O almoço é complementado com a opção do executivo, com as bentô box (R$ 109).
Uma viagem
O restaurante foi projetado para transportar o cliente para uma experiência completa. Da
música, passando por iluminação, ambiente e decoração, tudo foi planejado exclusivamente para que os comensais se sintam imersos em uma experiência asiática única na cidade de São Paulo.
O perfil da casa foi todo projetado pelo premiado Naoki Otake, especialista em arquitetura japonesa, o que traz ao ambiente uma melhor imersão das pessoas com a proposta. Nas paredes, obras do artista Gabriel Ribeiro (@gabs_instintocoletivo), cuja arte tem inspirações na cultura japonesa, complementando perfeitamente com o que foi idealizado para esse projeto.
Vinhos e saquês estão numa adega de madeira, projetada por Tsutomo Taniguchi, que ocupa uma parede inteira, tendo capacidade para cerca de 180 rótulos e 650 garrafas. A carta foi idealizada pelo sommelier Yugo Miyashita.
Outra grande aposta da casa é o bar, com sua carta de drinques assinada por Alex Sepulchro, head bartender do premiado SubAstor. Por lá, as pessoas poderão conferir clássicos da coquetelaria, além dos autorais, como o Tokyo Milk Punch, preparado com uva verde, abacaxi, Lillet, vodca, saquê, Monin vanilla, limão siciliano, licor de yuzu e leite integral.
E o Hai Yo?
Semana passada, quando conversamos (uma entre tantas conversas ao longo do ano), perguntei se ainda seria viável dividir seu tempo entre as duas casas, Kazuo e Hai Yo. “Vai depender de uma reunião minha com a Marilis (Borcath, diretoria do Grand Hotel Rayon, onde está hospedado o restaurante Hai Yo) até o fim do mês” foi o que me disse.
Se agora ele envia o áudio, afirmando que fica, podemos ir às ruas e às sacadas soltar fogos e comemorar. Ele fica. Como disse acima, é apaixonado por Curitiba e pelos curitibanos.
Mas como vai ser? No ano passado ele me apresentou o chef português Hélio Martins, com larga experiência na área, que praticamente ficou tomando conta do restaurante enquanto ele ia a vinha nessas de abrir a nova casa.
E agora, nas primeiras semanas, Martins continua no comando, produzindo, interpretando e servido o menu idealizado por Kazuo Harada. Passado o primeiro mês de turbulência para que o novo restaurante se estabilize, Kazuo vai começar a se dividir entre as duas casas, cumprindo uma ponte aérea intermitente, a criar sabores e texturas.
E nós aqui, felizes, sabendo que, tanto quanto os paulistanos agora podem aproveitar, vamos continuar usufruindo de tudo aquilo de bom que esse chef sushiman consegue pôr no prato.
VEJA TAMBÉM:
Kazuo
Avenida Brigadeiro Faria Lima, 2277 - Itaim Bibi
Fone: (11) 3062-5241
Reservas: https://linktr.ee/Kazuorestaurante
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