Uma das maiores companhias do setor, a curitibana Schultz comemora a retomada do turismo com a queda nos índices da Covid-19. A empresa, que comercializa pacotes turísticos com agências de todo o país, teve crescimento de 10% no primeiro semestre desse ano em relação aos seis primeiros meses de 2019, ano anterior à pandemia. Só as vendas de junho fecharam 63% acima que o mesmo mês de três anos atrás.
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Índice que a empresa acredita que pode melhorar ainda mais do segundo semestre em diante. "A reabertura dos países com a cobertura vacinal e a própria vontade reprimida das pessoas de viajar fez com que os clientes voltassem", diz a diretora-geral da Schultz, Ana Santana.
Além dos bons números, a executiva comemora uma tendência nessa retomada em 2022. Ao mesmo tempo que a Schultz tem observado aumento nas vendas de pacotes internacionais com mais países liberando a circulação de viajantes, na outra ponta, o turismo doméstico, que ganhou muita relevância na crise sanitária, não está perdendo força.
Ana explica que antes da crise do coronavírus 80% das vendas na companhia eram destinos internacionais, especialmente para a Europa, com apenas 20% de pacotes nacionais. No pior momento da pandemia, quando as viagens internacionais estavam proibidas, a proporção se inverteu, com média de 80% dos pacotes para destinos nacionais, índice que chegou a até 90% no momento mais grave. Agora, as viagens ao exterior vêm se recuperando: ocupam 60% da fatia comercializada, com 40% para as viagens locais.
Novos destinos
"Sempre atendemos o mercado local de viagem, mas o turista brasileiro sempre valorizou o status de viajar para fora. Com a pandemia, ele não pôde ir para outros países, o que levou o turista brasileiro a conhecer novos destinos no próprio país", observa a diretora-geral da Schulz.
"Essa busca por passeios diferenciados no próprio país fez o brasileiro ir a destinos que antes eram majoritariamente frequentados por turistas estrangeiros, como cruzeiro no Rio Solimões na Amazônia. O turista brasileiro, inclusive, aceitou pagar no próprio país preços mais altos por serviços, como em resorts", complementa Ana.
A diretora cita o destino mais negociado hoje na companhia, a região do Jalapão, no Tocantins, para onde foram vendidos mais de mil pacotes só em maio. O passeio negociado com as agências é em grupos de seis pessoas que fazem os trajetos por cânions, cachoeiras, dunas, além dos fervedouros - lagoas onde é possível flutuar pela pressão da água que jorra dos lençóis freáticos. O preço é de R$ 2.904 para seis dias em quarto duplo de pousada ou R$ 3.490 para sete dias.
"A gente já trabalhava com o Jalapão desde 2018. Mas a pandemia acelerou muito as vendas para lá, até porque Tocantins foi um dos primeiros estados a flexibilizar as restrições, com o parque sendo reaberto no fim de 2020", explica.
Recuperação
O Grupo Schultz, que além da operadora tem outras cinco empresas relacionadas a negócios de turismo, injetou R$ 7 milhões do próprio caixa para manter as operações no período mais crítico da pandemia. Ana explica que o montante foi usado para tampar o buraco na receita não só das vendas que deixaram de ser feitas, como também das desistências e remarcações de viagens com as fronteiras fechadas.
O dinheiro foi usado para pagar o salário dos colaboradores, que trabalharam em home office no período mais pesado da pandemia. Mas também para fornecedores e outros serviços, o que manteve a empresa com nome forte no mercado. A diretora-geral explica que com o aporte do próprio grupo, a empresa não parou de trabalhar, mesmo com faturamento negativo nos primeiros meses da pandemia.
O aporte permitiu que a empresa mantivesse a maior parte dos colaboradores e não precisasse recorrer à Medida Provisória que permitiu às empresas reduzir salários e jornadas dos colaboradores em caráter emergencial. Nesse período, os operadores da Schultz monitorando constantemente os pontos turísticos onde as restrições iam caindo.
"Ficávamos o tempo todo acompanhando e íamos ajustando nossas ações. Era tudo muito rápido, muitas vezes o destino abria e na sequência já fechava com o avanço da pandemia, como em Fernando de Noronha", lembra Ana. "O que pesou foi o bom relacionamento com nossos parceiros, que vinham nos avisar rapidamente da abertura porque sabiam que estávamos pagando direitinho. Foi um período em que estreitamos ainda mais a proximidade com o mercado", avalia.
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