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A situação de instabilidade política em Belarus, agravada pelo apoio do país à invasão russa na Ucrânia, coloca em risco um escritório de representação em Curitiba de uma gigante dos fertilizantes. A Companhia de Potássio Bielorrusso (BPC na sigla em inglês), do país do Leste europeu, paralisou suas atividades na capital paranaense e, de acordo com fontes ligadas ao negócio, pode encerrar sua operação no Brasil.
A empresa é ligada à estatal Belaruskali, de Belarus. Ela importa os fertilizantes daquele país, um dos maiores produtores mundiais, e revende em países como o Brasil – o país é altamente dependente das importações de fertilizantes. Somente em 2021, o país importou 12,5 milhões de toneladas do nutriente – a BPC foi responsável por 200 mil toneladas, ou cerca de 18% do que o Brasil consumiu.
Desde janeiro, no entanto, a empresa tem sofrido com sanções internacionais por conta do regime repressor do ditador Alexander Lukashenko. Entre as ações da comunidade internacional está o fechamento de fronteiras para o escoamento da produção. Como Belarus não tem acesso marítimo, depende de portos em vizinhos como a Lituânia para enviar os fertilizantes para outros pontos do planeta.
A situação, que já havia levado a uma alta nos preços dos fertilizantes de potássio, piorou na última semana, com o apoio bielorrusso à guerra russa na Ucrânia. Além do temor de países da região de abrir espaço para o escoamento de Belarus e sofrer sanções, o país perdeu a possibilidade de usar portos ucranianos e russos.
Com as adversidades, fontes ligadas ao mercado apontam que são grandes as chances de a empresa de Belarus encerrar as atividades dos escritórios de representação pelo mundo frente aos prejuízos milionários mensais. No Brasil, o único escritório é em Curitiba.
A empresa não respondeu aos pedidos de comentários da reportagem.