E agora, Xandão?

E agora, Xandão?
A farsa acabou,
a conta chegou,
o Trump surgiu,
o povo vaiou,
o mundo entendeu,
e agora, Xandão?
E agora, você?
você que é sem pena,
que prende os outros,
que faz os inquéritos,
que manda e obedecem?
e agora, Xandão?

Está sem cartão,
está sem recurso,
está sem jatinho,
já não pode comprar,
já não pode vender,
viajar já não pode,
a história esfriou,
o golpe não veio,
a USAID não veio,
a Interpol não veio,
só veio a Magnitsky,
e tudo acabou
e tudo sumiu
e tudo gorou,
e agora, Xandão?

E agora, Xandão?
Sua força-tarefa,
sua grande PF,
seu núcleo um,
sua lustra careca,
sua caneta de ouro,
sua toga de linho,
sua excelência,
seu ódio — e agora?

Com aquilo na mão,
quer usar a lei,
não existe lei;
quer rezar um pouco,
não sabe rezar;
quis fugir pra Disney,
Disney não há mais.
Xandão, e agora?

Se você pensasse,
se reconhecesse,
se você voltasse
a ser adolescente,
se você cansasse,
se renunciasse,
se você saísse...
Mas você não sai,
você é duro, Xandão!

Sozinho na cela
desse seu palácio,
sem jurisprudência,
sem lei e sem nada
pra nos condenar,
sem esconderijo
no Sul ou no Norte,
você insiste, Xandão!
Xandão, até quando?

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