O dramaturgo inglês William Shakespeare, autor de clássicos atemporais como "Hamlet", "Rei Lear" e "Macbeth", encontra-se no centro de uma acalorada controvérsia em sua terra natal. A Shakespeare Birthplace Trust, fundação responsável por administrar o legado do bardo em Stratford-upon-Avon, anunciou planos para "descolonizar" a obra do autor.
Para Paulo Briguet, essa iniciativa representa uma descaracterização e, em última instância, uma censura a Shakespeare. A justificativa da fundação reside na alegação de que as peças do dramaturgo defenderiam a supremacia branca europeia e conteriam representações racistas, sexistas e homofóbicas.
Não é por acaso
No Briguet Sem Medo de hoje, o cronista diz que esse movimento não ocorre por acaso, inserindo-se em uma estratégia mais ampla de solapar as bases da civilização ocidental através da destruição da alta cultura e da religião. Ele observa ainda que, paralelamente à tentativa de "descolonizar" Shakespeare, a Inglaterra tem testemunhado o fechamento de mais de 3.500 igrejas cristãs na última década e até mesmo a prisão de pessoas por rezarem silenciosamente perto de clínicas de aborto.
Julgamento de Bolsonaro
Outro tema do Briguet Sem Medo é o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores no Supremo Tribunal Federal (STF). Utilizando uma analogia com o "teatro do absurdo", representado por Samuel Beckett e Eugène Ionesco, o cronista critica a qualidade literária da "peça" em curso no STF e enfatiza os absurdos que se manifestam durante o processo.
No centro desse "teatro", Briguet destaca a figura do ministro Alexandre de Moraes como um "personagem coringa", que acumularia os papéis de juiz, acusador, investigador e vítima no mesmo processo. Essa concentração de poderes é comparada a figuras históricas como Rolland Freisler, juiz do regime nazista, e Andrei Vyshinsky, procurador-geral da era stalinista.
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Uma análise sem amarras sobre os fatos da política e do cotidiano em formato de crônica, com o jornalista Paulo Briguet. Todas as terças e quintas, às 20h, no site da Gazeta do Povo, nos aplicativos de Android e Iphone e no canal do YouTube.
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