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Durante quase dez anos, este cronista de sete leitores participou de inúmeras manifestações de rua convocadas pela direita. Com meus próprios olhos, vi o monopólio das passeatas ser arrebatado das mãos dos partidos e movimentos de esquerda, que se julgavam seus proprietários incontestes e vitalícios.
Entre 2013 e 2023, a direita tomou as ruas do Brasil e mobilizou milhões de pessoas. Eu estava lá em março de 2015, em março de 2016, em maio de 2019, em outubro de 2018, em setembro de 2021. Vi a multidão gritar “Olavo tem razão” na Avenida Paulista.
Vi dois milhões de pessoas ocuparem toda a Esplanada dos Ministérios — aquela aberração projetada por um comunista exatamente para evitar concentrações populares — sem que um vidro fosse quebrado.
Essa sequência de atos pacíficos só foi interrompida pela arruaça de 8 de janeiro de 2023. Qualquer pessoa com dois dígitos de QI sabe que aquilo foi uma grande farsa, um grande teatro. Não apenas um golpe de Estado seria impossível naquele dia, como o verdadeiro golpe já havia sido dado pelos atuais detentores do poder.
Os presos políticos do 8 de janeiro nada mais são do que bodes expiatórios com os quais a esquerda tenta apagar a sua humilhação por ter sido banida das ruas e do coração do povo
Mas é assim que a esquerda sempre agiu na história: para se manter no poder, não hesita em destruir a vida de pessoas inocentes. Milhões delas, se necessário.
Neste último domingo, não pude ir à manifestação convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e organizada pelo pastor Silas Malafaia. A principal razão de minha ausência é geográfico-financeira: muitos quilômetros e pouco numerário me separam de Copacabana.
Não contesto a legitimidade da manifestação. A liberdade dos presos políticos — dê-se a ela o nome de anistia ou não — deveria ser a prioridade zero de todos os brasileiros não petistas hoje.
Jair Bolsonaro, o presidente mais amado da história da República, está sendo vítima inocente de uma perseguição jurídica contrária à legalidade e ao mais estrito bom senso. O processo contra Bolsonaro e seus apoiadores é a maior farsa jurídica da nossa história.
Mas — eu pergunto — terá sido uma boa ideia restringir as manifestações a Copacabana? Eu acho que não.
Não estaria na hora de voltar à liberdade e à ordem espontânea que caracterizaram os protestos da direita entre 2013 e 2023? Eu acho que está.
Será que as pessoas não estão começando a se cansar das ordens e proibições de figuras como Silas Malafaia, Valdemar da Costa Neto e Gilberto Kassab? Eu acho que estão.
Em 25 de março de 1988, os católicos de Bratislava, na Tchecoslováquia, fizeram um protesto noturno silencioso. Cerca de 5 mil pessoas saíram às ruas da cidade com velas nas mãos, no primeiro protesto contra o regime comunista em 40 anos. Foram dispersados pela polícia, mas no ano seguinte o comunismo caiu.
Eu me lembrei dos católicos de Bratislava hoje, no 11º dia do Rosário do Frei Gilson. A diferença é que em Bratislava eram alguns milhares, e nós somos milhões. Por isso, sinceramente, acredito que o Brasil vai começar a mudar a partir do Rosário, e não de Copacabana ou da Avenida Paulista.
A nossa redenção será espiritual, não política. Mais Frei Gilson, menos Malafaia!
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Conteúdo editado por: Aline Menezes




