Nos próximos dias, os 11 membros do Supremo Soviete brasileiro começarão a julgar se os crucifixos, símbolos maiores da fé cristã, devem ou não ser proibidos em tribunais, repartições e demais prédios públicos do país.
A cruz de Cristo, como todos os meus sete leitores sabem, esteve presente desde o início de nossa história. Em 22 de abril de 1500, foi avistado o Monte Pascal, cujo nome faz referência à maior festa do cristianismo e ao acontecimento mais importante da história humana: a ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Quatro dias depois, já em terra firme, Frei Henrique de Coimbra celebrou a primeira missa do Brasil.
Não por acaso, um dos primeiros nomes de nossa pátria — e certamente o mais belo — foi Terra de Santa Cruz. Doravante a presença do madeiro de Cristo poderá ser expurgada dos ambientes públicos.
Para um tribunal que já sepultou os julgamentos e condenações do maior escândalo de corrupção da história do Ocidente, a retirada das cruzes deve ser vista como café pequeno. O STF já apagou a verdade; qual o problema em apagar a Verdade, não é mesmo?
Mas não é apenas a presença dos crucifixos que incomoda os nossos supremos magistrados. A simples presença de um padre católico em meio aos inimigos do sistema, ainda que por algumas horas, se transformou em matéria de investigação para a polícia política do regime.
Por ordem do Imperador Calvo, o nosso querido Padre José Eduardo de Oliveira e Silva, da Diocese de Osasco (SP), foi alvo, no início do ano, de uma operação de busca e apreensão em sua residência, por agentes da Polícia Federal.
A força que deveria ser usada contra chefes do crime organizado, traficantes, e sociopatas homicidas, foi colocada para invadir a casa de um homem cuja vida se resume a anunciar a palavra de Deus e auxiliar na salvação das almas de um número incontável de brasileiros.
Padre José Eduardo foi proibido de sair do país e teve seu passaporte e seu celular apreendidos. Tolos, vocês não sabem que a verdadeira Pátria desse homem é o Céu?
No último dia 7, Padre José Eduardo foi chamado para prestar depoimento à Polícia Federal. No interrogatório, ele e seu advogado descobriram que os agentes da Stasi brasileira vasculharam suas mensagens pessoais e recortaram frases descontextualizadas de conversas com fiéis, numa clara afronta ao princípio do sigilo sacerdotal. Ao final do interrogatório, a delegada responsável negou-se a entregar-lhes uma cópia do depoimento, por ordem do Imperador Calvo, em mais uma escandalosa restrição ao direito de defesa por parte do Supremo Soviete.
Em nota pública, o Padre José Eduardo afirmou que todos os seus contatos com membros do governo Jair Bolsonaro se deram por motivo de direcionamento espiritual, algo que é inerente ao seu trabalho de sacerdote. O mesmo Estado que vê na presença de crucifixos uma ofensa à laicidade não encontra problema algum em vasculhar com sua mão grande as atividades religiosas de um padre.
César não quer Cristo nos gabinetes, mas se sente autorizado a imiscuir-se nos assuntos de Cristo e nos seus confessionários.
Se nos debruçarmos sobre os exemplos históricos, veremos que a perseguição de César a Cristo — um fenômeno que o professor Olavo de Carvalho descreve no seu magistral “O Jardim das Aflições” — sempre foi um traço distintivo dos regimes revolucionários modernos.
Na Revolução Francesa, os jacobinos impuseram a famigerada Constituição Civil do Clero, que consistia na exigência de que os padres jurassem fidelidade ao governo revolucionário acima da fidelidade a Deus e à Sua Igreja. Milhares de sacerdotes e religiosas foram perseguidos, exilados e massacrados por não aceitarem a predominância de César sobre Cristo.
Na Revolução Russa, na Revolução Mexicana, na Revolução Chinesa, na Revolução Nacional-Socialista Alemã, o mesmo tipo de exigência foi feito, sempre resultando em perseguição, tortura e morte.
Na atualidade — sim, neste exato instante —, o governo da China exige que os cristãos prometam fidelidade ao Partido Comunista, chegando ao cúmulo de substituir imagens de Jesus Cristo e da Virgem Maria por cartazes de Mao Tsé-tung e Xi Jinping. Coisas semelhantes ocorrem na Nicarágua, em Cuba, na Bolívia e na Venezuela, países pertencentes ao Foro de São Paulo, fundado por Lula e Fidel Castro em 1990.
Os exemplos de ataque aos cristãos — seguindo a velha estratégia de ridicularização-perseguição-destruição — estão proliferando pelo mundo
A ministra da Cultura se refere pejorativamente às igrejas cristãs, afirmando que elas se aproveitam dos “vazios culturais” nas periferias brasileiras. A candidata presidencial da maior nação livre do mundo esnobou e ridicularizou jovens que gritaram “Jesus Cristo é rei!” durante um comício eleitoral.
Uma celebridade intelectual esquerdista expeliu ódio aos motoristas de aplicativo que simplesmente lhe dizem “Deus te abençoe”. Meus sete leitores sabem que poderia preencher várias páginas descrevendo situações similares de ódio, desprezo e ofensas ao cristianismo, mas ficarei por aqui.
Se querem mais exemplos, sugiro que consultem os portais Ajuda à Igreja que Sofre e Portas Abertas para saber mais sobre essa escalada mundial contra o povo de Cristo.
Para dimensionar com precisão o que está acontecendo com o Padre José Eduardo, é necessário levar em conta que o Brasil foi vítima, entre os anos de 2019 e 2022, de uma série de golpes revolucionários perpetrados por elites políticas brasileiras. Esses golpes consistiram em retirar da cadeia um sujeito condenado em três instâncias a vários anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro; em transformar esse mesmo indivíduo em candidato presidencial; em criar um sistema eleitoral inauditável; em sabotar a campanha eleitoral por meio de censura, perseguição e desinformação sistemática; em criminalizar qualquer tipo de crítica e denúncia sobre os golpes em andamento; em criar uma situação fictícia de golpe de Estado para justificar o terror estatal contra milhares de pessoas inocentes.
O processo que levou Lula e seus companheiros de viagem ao poder é de caráter revolucionário. E qual a única forma de combater uma revolução? Certamente, não é por meio da política de estrito senso.
Uma revolução só se combate com a ressurreição — a ressurreição de uma cultura, de um povo, de um país. Hoje, no Brasil, estamos assistindo a uma ressurreição silenciosa da Igreja
Os velhos bispos e padres da Teologia da Libertação, pouco a pouco, estão saindo de cena, vencidos pela morte e pelo cansaço. Uma nova geração de católicos — inclusive santos e mártires — está surgindo e cedo ou tarde será majoritária. Padre José Eduardo, Frei Gilson, Padre Paulo Ricardo, Padre Overland, Dom Adair, Dom Falcão, Irmã Kelly Patrícia, e tantos outros, são os líderes dessa ressurreição espiritual do Brasil. Estamos assistindo ao ressurgimento da Terra de Santa Cruz.
Nem toda perseguição policial do mundo, nem todo aparato repressivo do Soviete Supremo serão capazes de conter uma nação inteira disposta a perder sua vida para ganhá-la eternamente.
A ressurreição do Brasil poderá demorar vários anos, talvez várias décadas. Mas as sementes já foram lançadas por heróis como o Padre José Eduardo — e elas vão florescer. E quando vier essa floração espiritual, descobriremos que aquele crucifixo, a imagem da maior injustiça de todos os tempos, continuará agindo sobre nossos corações, ainda que seja afastado dos gabinetes do poder.
Se o pior dos males já cometidos — o assassinato de Cristo — foi transformado no maior dos bens — a ressurreição para a vida eterna —, o que esse mesmo Deus crucificado não fará das nossas agruras, dores e injustiças?
Lembrem-se do lema da Ordem dos Cartuxos: “Stat crux dum volvitur orbis”. A cruz permanece enquanto o mundo gira. Não adianta julgar a cruz, senhores ministros — vocês serão julgados por ela.
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