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Pedro Lupion

Pedro Lupion

Calamidade

Lula corta Seguro Rural pela metade e abandona produtores atingidos por tornado no Paraná

Governo do Paraná inicia ações emergenciais para reconstrução de moradias destruídas pelo tornados.
Governo do Paraná adotou ações emergenciais para reconstrução de moradias destruídas pelo tornados. (Foto: Roberto Dziura Jr/AEN)

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Não poderia iniciar este artigo sem, mais uma vez, expressar minha solidariedade às famílias paranaenses atingidas pelo tornado que devastou Rio Bonito do Iguaçu e afetou ao menos 86 municípios no interior do estado.

Foi uma calamidade total. Sete mortos, 870 feridos, mais de quatro mil pessoas desalojadas e ventos que ultrapassaram 250 km/h. O prejuízo estimado supera R$ 114,5 milhões, e 90% dos prédios de Rio Bonito estão severamente comprometidos.

Em momentos como esse, é essencial reconhecer o trabalho das equipes de resgate, defesa civil, bombeiros e polícias Civil, Militar e Rodoviária, além dos voluntários e de todos que enviaram doações às cidades atingidas.

Acompanhei de perto todo esse esforço e mantive contato constante com os sindicatos rurais das regiões afetadas e com a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP). Monitoramos a situação dos produtores que perderam lavouras e criações.

Essa tragédia é um exemplo claro da importância do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) para o setor produtivo. O seguro é a boia de salvação quando a agropecuária enfrenta eventos climáticos extremos.

Ao contratar uma apólice, o produtor, pessoa física ou jurídica, reduz o impacto das perdas e recupera parte do capital investido na lavoura. O PSR permite que essa proteção chegue ao campo a um custo menor, graças ao auxílio financeiro da União.

O seguro é a boia de salvação quando a agropecuária enfrenta eventos climáticos extremos

O problema é que, neste ano, o governo Lula se tornou fiador da tragédia anunciada — algo que a Frente Parlamentar da Agropecuária alertou repetidas vezes, tanto ao Presidente da República quanto publicamente.

O Seguro Rural entrou em colapso porque o governo decidiu cortar R$ 445 milhões do programa, quase metade do orçamento previsto, que era de aproximadamente R$ 900 milhões.

A consequência é direta: a safra de verão ficou desprotegida. Sem os recursos, as seguradoras repassam a conta aos produtores, que novamente assumem prejuízos provocados pela falta de responsabilidade do governo do PT com quem produz.

Nós, da FPA, solicitamos a recomposição imediata dos valores do PSR e a instituição de um calendário público de pagamento, capaz de oferecer previsibilidade ao sistema. Também é urgente interromper a prática irresponsável de usar o Seguro Rural como instrumento de ajuste fiscal de um governo que não consegue organizar as próprias contas, nem conter gastos.

A bancada empenha esforços no Congresso Nacional para transformar o Seguro Rural em despesa obrigatória, para impedir que o governo desvie ou corte o dinheiro que mantém a produção segura e o alimento garantido na mesa dos brasileiros.

Em paralelo, trabalhamos para aprimorar o modelo do PSR. O Projeto de Lei 2951/2024, da senadora Tereza Cristina e relatado pelo senador Jayme Campos, ambos integrantes da FPA, moderniza o programa e fortalece sua sustentabilidade. Vamos atuar para dar celeridade à tramitação no Senado e na Câmara.

Seguro Rural não é gasto, tampouco ferramenta de ajuste fiscal. É proteção, estabilidade e garantia de renda para que os produtores gerem oportunidades para o país, especialmente em momentos de tragédia, como a que atinge o meu estado do Paraná.

E não vamos abrir mão disso!

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