No capítulo de hoje de “Rainha da Mamata”, a alpinista social e política Rosângela de Albuquerque Figueroa (Glória Menezes) discute com seu marido, o político milionário que gosta de se fazer passar por pobre, Luiz Inácio de Albuquerque Figueroa (Paulo Gracindo).
— Mas como assim a gente não vai pra Rússia?! Já faz semanas – semanas! – que a gente voltou de Nova York. Estadistas assim como nós temos que circular pelas altas esferas do poder mundial, mon chéri. Foi por isso que eu me casei com você, e não com aquele plebeuzão que fica fazendo motociata.
— Não dá, Janja. Já disse. O Mossad tá eliminando todos os meus amigos. Você acha que eu sou louco de pegar um avião? Aquele negócio do urubu no México foi um sinal. Além disso, o Maduro vai estar lá e... Fica chato.
— Bobagem! Se o Mossad quisesse, já teria feito alguma coisa com você. Já teria envenenado o seu Cinzano ou, sei lá, já teria sabotado o seu banquinho de cortar unha no banho. Os caras são bons.
— São mesmo! Talvez tenha sido um erro deixar o Celso Amorim me convencer a apoiar os palestinos, chamar os judeus de genocidas... Aquele baixinho me paga!
— Ainda bem que eu te falei pra mandar o Alckmin pro Irã, hein! Ah, mon amour, o que seria de você sem mim?
— O que seria do Brasil sem nós, Janja?! O que seria do Brasil sem nós...?
Uma risada duplamente maléfica ecoa pelo Palácio da Alvorada.
Na chon!
Enquanto isso, no núcleo da periferia moral, o caricato Seu Barroso repete pela milésima vez o bordão que tomou conta do Brasil:
— Eu quero a direita na chon! Na chon!
Vilão
Numa mesa discreta no Restaurante Bunker do Centrão, em Brasília, o arquivilão Renato Dirceu (Daniel Filho) se reúne com Gilberto Kassab e Michel Temer.
— Hahahahahahahaaha! — ri Renato Dirceu a sua risada típica de vilão.
— Hahahahahahahaaha! – riem os outros dois depois de uma pausa dramática.
Do que eles estão rindo eu não sei. Só sei que é ruim para o Brasil.
Easter egg, como dizem os jovens
Corta para a mansão em estilo greco-goiano dos irmãos Batista. Sobe a música de suspense. Aquele violinozinho irritante. Eles, que estão sempre tramando algo contra o Brasil, desta vez estão prestes a ouvir uma revelação que mudará suas vidas para sempre:
— Seu Joesley, seu Wesley... Este é um segredo que carrego comigo há décadas — diz o médico Albieri (Juca de Oliveira), diretamente de “O Clone”.
— Fala logo, sô! A gente tem que ir pra Brasília adquirir uns parlamentares e, se der tempo, até uns ministros! — diz o impaciente Joesley com seu sotaque insuportável.
— É que...
— Desembucha! Sabe quantos bião eu já perdi com esse suspensezinho barato?
— É que... Joesley, você na verdade é o Wesley. E você, Wesley, na verdade é o Joesley.
Eu sou ricaaaa!
No papel icônico que já foi de Regina Duarte, mas cuja participação em “Rainha da Mamata” acabou vetada pela direção da EBC, por motivos óbvios, uma deslumbrada Maria do Carmo (Cláudia Raia) entrega mais um projeto no generoso balcão de negócios da Lei Rouanet.
— Ricaaaaa! Eu sou ricaaaaa! — grita ela dramaticamente nos corredores do Ministério da Cultura, roubando o bordão de outro personagem e de outra novela.
Trilha sonora
Sua grana estremece e já não consegue parar
Seu bolso enche a cada voto que eu vou comprar
Seu ritmo é sujo, bate que bate na eleição
Te abraço, te bajulo, ligo pro Xandão
Cenas dos próximos capítulos
— Janja, Janja! Socorro! — grita Luiz Inácio de Albuquerque Figueroa com a cabeça toda ensanguentada.
— O que foi meu amor? O que lhe aconteceu?
— Acho que eu caí, bati a cabeça...
— Como você foi fazer isso?!
— Não sei. Eu estava tomando meu banho semanal, todo tranquilão, cortando as unhas naquele banquinho geriátrico que você comprou em Paris. E aí...
— Ah, meu Deus! Era só o que me faltava. Imagine o que a extrema-direita vai dizer. É capaz de inventarem que eu te bati só porque você não quis viajar pra Rússia comigo. Já volto.
Rosângela de Albuquerque Figueroa sai e Luiz Inácio de Albuquerque Figueroa quebra a quarta parede com seu bordão:
— Coisas de Janjinha!...
Ela volta trazendo uma agulha e um fio preto para fechar o corte.
— Vão dizer mais. Vão dizer que você andou bebendo, Lula. Se duvidar, vão até inventar um trocadilho com o seu nome e o do Joe Biden. Lula Biden, talvez? E o pior: vão inventar um monte de teoria da conspiração... É, não vai ter jeito mesmo — diz ela, finalizando a sutura. — Vamos ter que acionar o sósia. De novo. Moaciiiiiir!
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