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Construção civil
O segmento de móveis e eletrodomésticos e a construção civil registram índices pré-pandemia.| Foto: Bigstock

Nas últimas semanas, vem sendo reportados dados de setores do varejo brasileiro. E, para surpresa de muitos, conforme comunicado na semana anterior pelo IBGE, tivemos números positivos, como as vendas de móveis e eletrodomésticos, que estão 24% acima do patamar pré-pandemia. O mesmo ocorre com o setor de materiais de construção, que já supera em 19% aquele nível. Estes resultados podem ser explicado, em especial, pelo auxílio emergencial do Governo Federal e pela mudança de consumo momentânea, dada a atenção maior depositada em casa e menos no turismo ou em supérfluos. Todo este cenário tem também beneficiado parte da indústria, que apresenta recuperação ao longo dos últimos meses.

Entretanto, o que não temos visto é uma discussão importante e que vale trazer à tona: diante de tal recuperação e de números grandiosos, a falta de matéria-prima já é uma preocupação real. Com a pandemia, muitos brasileiros se dedicam a investir em seus respectivos domicílios e muitos outros estão migrando dos grandes centros para o interior, campo ou praia. Dessa forma, o objetivo é ajustar aquilo que é necessário, elevando assim o volume de materiais de construção utilizados.

Se analisarmos o mercado de produtos derivados do aço, espuma, tecido, madeira (MDF), entre tantos outros, as declarações têm sido as mesmas: forte volume de saída de curto prazo e preocupação com as reposições. Nestes casos, podemos enxergar duas possibilidades daqui para frente: ou teremos inflação considerável, dada a procura ser maior que a oferta, ou a estabilização das matérias-primas em algum momento, com a contratação de novos funcionários para garantir o estoque de curto prazo de parte da indústria.

Vale ressaltar que também pelo câmbio atual muitos empresários da indústria têm priorizado a exportação em detrimento do abastecimento do mercado interno. Neste caso, a ansiedade não esperaria nem entrar em 2021, estamos falando já das próximas semanas.

Com esse quadro posto, fica evidente o motivo de algumas ações dos respectivos segmentos estarem negociando em forte alta nos últimos 30 dias, caso da Duratex, empresa que atua em três diferentes ramos - madeira, louças e metais sanitários e revestimentos cerâmicos - e sobe 20,5% no período, ante uma estabilidade do Ibovespa nos mesmos 30 dias.

Outros ativos que têm se beneficiado são Portobello, que trabalha com revestimentos cerâmicos e porcelanato, e avança 20,3%; além das Lojas Quero Quero, ativo recém lançado na bolsa de valores e que já apresenta alta de 22% desde o seu IPO em 10 de agosto. Por fim, na indústria, podemos citar a gigante Gerdau, que também tem retrospecto bastante favorável no curto prazo e suas ações já alcançam patamar que não era atingido desde agosto de 2010.

Se ainda veremos tal fluxo nos próximos dias e semanas? Há uma probabilidade grande de ocorrer, em função de todo cenário, mas vale ressaltar os riscos, em especial s inflação desses produtos devido à forte demanda, a falta de matéria-prima e até mesmo a possibilidade do fim do auxílio emergencial. Enfim, importante descrever que há setores da economia que vem performando muito bem e que nem só do varejo online sobrevive o Brasil em meio a pandemia.

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