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“Aprender a aprender” tornou-se uma expressão comum nas discussões pedagógicas modernas, e no Brasil especialmente após o movimento da Escola Nova e a introdução de concepções construtivistas da educação. Atualmente, ter como objetivo que a criança adquira essa habilidade ou competência é ponto pacífico de quase todos os projetos pedagógicos, públicos e privados. Trata-se, grosso modo, de fomentar no aluno a capacidade de buscar fontes de informação, e de articular e abalançar essas informações sozinho, “construindo” o seu próprio conhecimento, tornando-se assim o agente principal e o centro de seu próprio aprendizado.
Haveria muito o que pensar e o que dizer sobre esta ideia, que, a depender do ponto de vista desde o qual se a aborda, é extremamente verdadeira e essencial, ou enganadora e traiçoeira. Interessa-me, aqui, tomá-la por seu lado verdadeiro: deve-se de fato ensinar as crianças a buscarem e absorverem informações de maneira inteligente, de modo a sintetizar, em si mesmas, um conhecimento verdadeiro. Mas os defensores do “aprender a aprender” nem sempre se recordam de que, para que a criança aprenda a aprender, é preciso que alguém as ensine a aprender, com exemplo e método, conduzindo-a, ainda um pouco às tontas, por processos dos quais ela vai, aos poucos, tomar consciência para enfim dominar. Isto é, ensinar a aprender significa, até boa parte dos anos de vida da criança, ensinar a estudar.
Estudar, para as crianças, é uma obrigação grave, assim como trabalhar é para nós, adultos, seja qual for o tipo de trabalho: desde um emprego formal convencional, trabalho autônomo, de oferta de serviço ou produto, até o árduo trabalho de cuidar da casa e educar os filhos no lar, tudo isso é, em cada uma das circunstâncias e para todos os estados de vida, obrigação igualmente grave a ser cumprida, e cumprida com esmero. O cumprimento do dever do trabalho é, para o adulto, ocasião de fortalecimento do caráter, de dignificação, e, para os religiosos, até mesmo de santificação. No caso das crianças, a formação do caráter passa pelo cumprimento esmerado do dever do estudo. “Mas por quê?” – se você não perguntou agora, talvez se perguntasse quando era aluno; e, se não, espere que alguma criança ainda vai lhe perguntar: “Por que devo estudar estas coisas chatas, se não vou usar para nada?” Nós poderíamos dar a essa pergunta, e às crianças, alguma razão, se fôssemos fazer uma crítica da escola ou levar em conta a qualidade do que se vem ensinando nela, mas também não é este o meu ponto aqui, ao contrário.
Quero mostrar como essa visão sobre o estudo – sobre o estudo de verdade – é limitada, é nada mais que utilitarista, o que, no caso, quer dizer materialista: estuda-se apenas na medida em que isso tiver a ver com a função que se pretende desempenhar na sociedade, que se reduz, no mais das vezes, a conseguir um bom emprego, para assim ganhar mais dinheiro – e este é o topo, o suprassumo do sucesso e do que se espera na vida. Esse aspecto também é verdadeiro, é claro: o conhecimento tem a sua utilidade prática, e o conhecimento técnico e especializado prepara a pessoa para desempenhar funções de trabalho, que, além de dar dinheiro, servem à sociedade, e são boas. Mas não podemos reduzir o estudo a este único aspecto, pois isso privaria especialmente as crianças dos motivos e dos benefícios mais profundos do desenvolvimento desse hábito. E, antes de transmitir aos nossos filhos uma visão mais ampla sobre o estudo e o conhecimento, talvez nós mesmos precisemos passar a vê-los desse modo.
A prática do estudo, sobre a matéria que for, é essencialmente um exercício de atenção: é o sutil aprendizado de como modular a concentração, o foco da atenção e a livre associação de ideias, a correlação com outros assuntos e memórias
Devemos ter em conta, em primeiro lugar, que estudar é um exercício para aguçar a inteligência, seja qual for a matéria do estudo. Mesmo que seja um tópico secundário, ou uma matéria pela qual não temos uma inclinação natural do interesse: sendo algo verdadeiro, que nos esforçamos por compreender, o ato de inteligir será certamente recompensado, pois nossa alma opera fazendo interconexões, analogias e comparações entre tudo aquilo que conhecemos. Portanto, compreender uma coisa, seja ela qual for, nos capacita para compreender melhor qualquer outra, e assim, pelo estudo, a criança pode melhorar em tudo, até mesmo nas tarefas mais banais, e em zonas insuspeitas da vida, como os relacionamentos pessoais. Passamos a enxergar relações entre coisas que antes não víamos, e a formar, dentro de nós, um esboço mais claro da unidade do mundo. Estudar Geografia, por exemplo, pode potencializar nossa inteligência de modo a que consigamos “mapear” várias outras regiões do ser; as matemáticas imprimem em nós a forma das proporções do mundo, e assim por diante. Ao estudarmos as constantes e os processos que se repetem em vários níveis da realidade, nós conhecemos o mundo, não só os seus dados soltos, mas em sua essência, em sua natureza.
Em segundo lugar, por meio do estudo nós nos tornamos capazes de conhecer as origens de nossas próprias ideias – que, ficamos sabendo, talvez não sejam tão “nossas” nem tão “próprias” assim – e começamos a tomar consciência da maneira como algumas ideias vêm parar dentro da nossa cabeça, e se insinuar como se fossem nossas. Isso é pré-requisito para termos uma “consciência crítica” em algum momento, sentido pleno da expressão. Por meio do estudo, podemos viver processos semelhantes com relação também às nossas ações, aos nossos hábitos, àquilo que consideramos normal e esperado, e ter a mente aberta para novas possibilidades, melhores e piores, de outros tempos e lugares, que antes não nos ocorriam. Podemos tomar conhecimento das forças que regem a nossa sociedade, e a nossa vida como um todo. Assim podemos distinguir melhor quem somos e quem queremos ser; enfim, assim conhecemos a nós mesmos, e o mundo em nós, e nós no mundo.
Além disso, em terceiro lugar, o estudo nos capacita para melhor compreender o outro, uma vez que valem para os outros, a depender da situação, algo do conhecimento que adquirimos sobre o mundo, para os homens de outros tempos e lugares e todos os muito diferentes de nós, e muito do conhecimento que tivermos obtido sobre nós próprios, para compreendermos, com compaixão, os que forem mais semelhantes a nós. De um modo ou de outro, a prática do estudo nos capacita, indiretamente, para amar.
Estes três prismas sobre o hábito do estudo podem iluminar, ao menos para nós, se não ainda para os nossos filhos, o valor elevado e a profundidade que ele tem, transcendendo – e, desse modo, incluindo – as informações e habilidades técnicas mais imediatas. Na verdade, todas as nossas habilidades, não somente as manuais, mas também as intelectuais, nos são dadas para que as coloquemos a serviço dos outros, e para isso nós precisamos conhecê-las e desenvolvê-las. Ora, é por meio do estudo e do trabalho que isso se dá. Essa é a mais honesta explicação, para os alunos relutantes, do porquê de precisarem estudar, e que tipo de recompensa receberão pelo esforço nessa prática. Eles precisam estudar Matemática, e Geografia, e Biologia, e História etc. porque, independentemente do que venham a fazer no futuro, isso fará deles pessoas mais inteligentes, e ser mais inteligente, além de ser benéfico e útil para qualquer um, é o dever que eles têm em sua grave obrigação de estudar.
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A prática do estudo, sobre a matéria que for, é essencialmente um exercício de atenção: é o sutil aprendizado de como modular a concentração, o foco da atenção e a livre associação de ideias, a correlação com outros assuntos e memórias. Nesse sentido, não ter facilidade natural ou preferência por um assunto – geometria, por exemplo – não atrapalha em nada o desenvolvimento da atenção por meio da resolução de um problema ou o estudo de uma demonstração. Ao contrário: essa dificuldade vira quase um apoio, uma circunstância favorável. E mesmo que esse exercício não chegue a um resultado exterior bom, a boas notas, ele não ficará sem recompensa interior, pois serviu de meio para um ganho em outro plano, e o fruto desse trabalho poderá ser colhido só muito mais tarde.
Quem nunca viu um pai ou uma mãe dizendo que o filho é, na verdade, inteligente, que tem facilidade para compreender as coisas e inclusive para focar a atenção, desde que sejam coisas das quais ele gosta? Sim, pois quando a coisa nos interessa ela logo chama a nossa atenção, e fica fácil focar. Uma criança vidrada na televisão ou no videogame está hiperfocada. Só que ter hiperfoco somente nas coisas de que gostamos, e nos momentos em que queremos, não faz de nós senhores da nossa atenção, nem mais inteligentes, nem seres humanos mais retos, de melhor caráter, com vontade forte. Nós precisamos exercitar o foco da nossa atenção e a operação da nossa inteligência independentemente do nosso interesse espontâneo – servindo-nos dele ao nosso favor, é claro, mas não servindo-o apenas. O nome dessa virtude da atenção, e que é justamente a virtude que nós devemos fomentar nos nossos filhos por meio do estudo, é, segundo os antigos, studiositas, estudiosidade. O vício que lhe é oposto é a curiositas, a curiosidade, no sentido de uma vã curiosidade que, assim como está a gula para a alimentação, busque só o que é gostoso e nos momentos e quantidades erradas.
Essa analogia entre a atenção, a memória e a inteligência, de um lado, e o comer, o estômago e a digestão, de outro, também é muito tradicional, e muitos livros foram escritos a respeito. Os monges medievais, por exemplo, compreendiam a leitura e a memorização das palavras como um engolir; a rememoração e a meditação das palavras decoradas como o ruminar de um bovino; e, enfim, a contemplação da verdade que elas encerram como a verdadeira nutrição da alma. E São Tomás de Aquino, o grande filósofo medieval, quando vai explicar o que é a estudiosidade, classifica-a como uma especificação, como uma “virtude anexa” da temperança, justamente a virtude relacionada ao equilíbrio e à moderação no comer e no beber, e nos demais apetites. Leiamos aqui, na Suma Teológica, IIa IIae, questão 166, artigo 2, solução:
“Como dissemos, o objeto da temperança é moderar o movimento do apetite, a fim de não buscar com excesso o que é naturalmente desejado. Ora, assim como o homem naturalmente deseja os prazeres da mesa e do sexo, pela natureza do seu corpo, do mesmo modo a sua alma naturalmente deseja conhecer; por isso, diz o Filósofo [Aristóteles, no livro Metafísica] que todos os homens naturalmente desejam saber. Ora, a moderação desse apetite é o objeto da virtude da estudiosidade. Donde a consequência que a estudiosidade é parte potencial da temperança como virtude secundária anexa à principal.”
O esforço, e especialmente esse sutil esforço de atenção, é sempre recompensado, e faz de nós, e de nossos filhos, pessoas melhores, ainda que o êxito na soma das frações ou na conjugação do “present perfect” não tenha sido lá essas coisas
Por essas mesmas razões eu disse, em outro artigo, que a exposição maciça a telas e luzes a que as crianças estão hoje submetidas é como uma “gula da imaginação”, é um excesso de informações e de estímulos, sensoriais e mentais, que corresponde a engolir um saco de açúcar por dia. Reparem que os efeitos são semelhantes. E, assim como essa dieta confundiria o senso da fome e embotaria o sentido do paladar, o abuso de estímulos também confunde a inteligência e embota a atenção, que fica sem critério sobre o que deve reter e a que deve se ater. Fica logo desencantada e desinteressada pela beleza e pela maravilha das coisas, que se mostram e se dão a conhecer no tempo normal da natureza e da leitura, e não no frenesi pirotécnico das telas. É a forma viciada da fome natural de conhecer, a curiositas. Seus efeitos são nefastos, e não se restringem a danificar a inteligência, mas ressoam nas emoções e em todo o equilíbrio bioquímico e psíquico – como acontece, em geral, com todos os vícios. E o pior é que, para sanar o desinteresse das crianças, e tentar, na verdade, engambelá-las para que sejam atraídas para os temas do currículo, muitas escolas e outras iniciativas pedagógicas apelam para esses mesmos equipamentos, os mesmos entretenimentos e expedientes extasiantes, e assim estão apenas aprofundando ainda mais o buraco. Não estão ensinando a aprender, não estão ensinando a estudar.
O que devemos desejar, na prática, com relação ao estudo dos nossos filhos? Que estudem com eficácia, isto é, que se atenham às tarefas propostas, àquilo que precisa ser compreendido ou exercitado, e gastem nelas um tempo justo, nem maior nem menor, e que o façam da melhor maneira possível. Que estudem com responsabilidade, ou seja, que saibam o que precisam fazer, e o façam sozinhos. Que estudem com constância, e não apenas pouco antes da prova; que o seu estudo não seja uma artimanha para passar nas provas, mas um estudo para conhecer e para se fortalecer, que se refletirá, idealmente, nas notas. Que o estudo seja um hábito. Que consigam, por meio do estudo, descobrir outros interesses, desenvolver-se neles, e colocar seus progressos a serviço dos outros, ajudando seus amigos. Como ajudá-los a fazer isso?
Antes de qualquer coisa, é preciso ajudá-los a tirar os obstáculos que talvez venham antes do próprio estudo. Suas necessidades mais básicas, que são sanadas, do mesmo modo, com bons hábitos, devem estar equilibradas: o sono, a alimentação, a postura corporal; que haja um local suficientemente adequado para se estudar, silencioso e iluminado, e cuja paz esteja garantida durante aquele período, sem o receio de ser interrompido e de ter seus esforços de concentração frustrados. Também é bom que estejam à disposição os materiais que serão utilizados na tarefa. Isto garantido, e os lápis apontados, podemos começar.
Não deixe seu filho perder tempo. Não permita que os períodos de estudo sejam ocasiões para se desenvolver o hábito da enrolação. Tendo analisado os deveres e a quantidade de conteúdo, estabeleça previamente um tempo de estudo no qual você estima que ele é capaz de cumpri-los. Você pode adquirir um relógio, e tê-lo diante da mesa de estudo, para medir o tempo de cada tarefa. Entretanto, cobrar sem ensinar não somente é injusto como não vai dar certo. Se o seu filho ainda não tem o hábito do estudo, sente-se ao lado dele, e fique ali. Você deve instruí-lo, guiá-lo, quase como uma personal trainer intelectual, ou uma coach da atenção, em cada uma das ações, exteriores e sobretudo interiores, que é preciso operar para se atingir êxito. Se for preciso, adapte-se aos ritmos, facilidades e dificuldades do seu filho dando pausas, para que ele faça às vezes um refresh cerebral, ou troque de assunto, e depois torne ao primeiro. Em suma, você deve mostrar-lhe o caminho, mostrar como pode lidar consigo mesmo, mostrar como se faz para “sentar e estudar”, e então levantar-se, no tempo determinado, com a tarefa concluída, e o coração em paz. Estudar é uma arte, e toda arte se aprende imitando alguém que a pratica diante de nós.
Valorize qualquer esforço da parte do seu filho, e elogie-o. Às vezes estamos muito desatentas, e deixamos coisas pequenas, mas que são muito importantes, passarem batidas... Tente ficar atenta aos esforços, aos minúsculos gestos de coragem da criança que se põe a tentar estudar. Pode ser que a nossa cabeça esteja no cronograma que estabelecemos, no uniforme, no lanche, ou no próprio dever que precisa ser feito... e esquecemos de elogiar uma pequena vitória. “Não fez mais que a obrigação”? Ora, como é difícil cumprirmos a nossa obrigação. Quando fazemos qualquer coisa um pouco mais perfeitamente, já gostaríamos que o mundo inteiro nos elogiasse. Por que seria diferente com os pequenos? É importante, sim, que demonstremos interesse pelas descobertas e pelos avanços dos nossos filhos, pois elogiar e incentivar é grifar, é dar um contraste na compensação interna que eles sentem ao realizar bem a tarefa, e não é o mesmo que um prêmio ou uma barganha com recompensas externas, o que, ao contrário, seria muito danoso para o progresso nos estudos. Sem isso, e apenas sob o peso de “ter de cumprir sua obrigação”, é provável que a criança que não tenha um especial dom natural acabe desistindo, deixe a escola e o estudo para lá, porque aquilo não lhe pareceu desejável, ela não conseguiu encontrar um motor interno para sua ação, quando, para isso, talvez bastasse que a mãe o valorizasse.
Agora, esse elogio, que é valorização de um bem que foi efetivamente feito, não é o mesmo, nem de longe, que uma associação dos sucessos com o sentimento dos pais. Tanto quanto não se deve usar de barganhas com recompensas externas, e nem de um excessivo peso na obrigação, não se deve jamais apelar para sentimentalismos baratos (o que não vale só para o estudo, evidentemente). Frases como “muitas crianças gostariam de estar no seu lugar, e você não aproveita a oportunidade”, “eu me mato para pagar a melhor escola para você, e você nem liga”, ou “eu fico muito triste, muito desapontada que você não faça seu dever de casa” significam apenas que a ação infantil deve ter como motivo, como motor, o sentimentalismo dos pais. Esse tipo de “chantagem emocional” não tem como formar o caráter da criança, nem como ensiná-la autonomia; a ação dela ficará atrelada ao seu sentimento, e não à clareza de que algo deve ser feito porque é certo e bom. Ela só fará as coisas porque você está muito triste, ou muito brava, ou muito decepcionada. E pior: pode acabar acontecendo de, lá pelas tantas, ela desprezar os seus sentimentos e você perder sua autoridade sobre ela, e ela, a admiração que tinha por você. Não faça com que seus filhos ajam de acordo com seus sentimentos, verdadeiros ou simulados, pois este não pode ser o motivo, o motor de suas ações. Elas precisam fazer o bem porque é bom, e o certo porque é certo; o que você deve fazer é ajudá-las a reconhecer isso dentro de si.
Não desanime se seu filho passa por dificuldades. É nossa tarefa ajudá-los a formar os hábitos que serão a base de sua liberdade, e o hábito do estudo não é diferente. Ao ajudá-los e tomá-los pela mão, não seremos muletas, ou resolveremos para eles os problemas; não, nós estaremos dando a eles tudo de que precisam para ser autônomos, estaremos ensinando-os a aprender.
Lembre-se de que o padroeiro dos estudantes era burrinho de dar dó, e nem por isso teve menos sucesso que os bem-dotados, ao contrário: via todos desde cima. Não se esqueça de que o esforço, e especialmente esse sutil esforço de atenção, é sempre recompensado, e faz de nós, e de nossos filhos, pessoas melhores, ainda que o êxito na soma das frações ou na conjugação do “present perfect” não tenha sido lá essas coisas. Toda vez que prestamos verdadeira atenção, vencemos, de algum modo, a dispersão e a superficialidade, e robustecemos o nosso coração. E qual é a substância do amor ao próximo a não ser a atenção? Os tristes e os aflitos querem outra coisa além de alguém que preste atenção neles? É o olhar atento o que os conforta, e mesmo uma hora de estudo apenas, desde que ensine nossos filhos a olhar com atenção, poderá um dia, se a ocasião se apresentar, fazer com que deem a alguém o socorro necessário, e, mesmo dessa maneira inesperada, aquela uma hora de estudo terá valido o mesmo que uma hora de oração.
Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos