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Thiago Braga

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Entender a história da guerra é entender a história dos homens. Uma nova coluna todo domingo.

Reclamaram de Britney Spears? Tomem Oruam! A queda do Rock in Rio

(Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

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No Rock in Rio 2001, o show da Britney Spears estava sendo elogiado como o “melhor do festival”. Mas o vocalista do Iron Maiden, partiu para o ataque. No show da banda, Bruce Dickinson xingou a cantora e disse para os críticos ‘olharem para eles’, para verem um show de verdade.

Realmente, eu lembro que no auge dos meus 14 anos, eu ficava me perguntando: o que diabos Britney Spears tem a ver com “Rock” para estar “in Rio?” Mas a minha inocência de 14 anos ainda não tinha entendido que grana era a força motriz do show, e a cantora trazia grana, e muito.

Mas hoje, analisando o Rock in Rio 2024, eu me pergunto o que Bruce Dickinson diria ao saber que o público lotou o show de uma pessoa como Oruam? Dito isso, mais alguém aí sente saudades da Britney Spears no Rock in Rio? Como diz o ditado: não há nada tão ruim que não possa piorar.

Quando analisamos o que tem feito sucesso no Brasil e no mundo, vemos que estamos indo ladeira abaixo

O Rock, em geral, é um estilo técnico, onde os músicos estudam dedicadamente seus instrumentos, passam anos em conservatórios ou universidades, treinam e investem em suas músicas.

O Rock é uma música que existe no sentido mais pleno da palavra. Não só nos instrumentos, quanto no conceito. No caso do Iron Maiden, apesar da mascote zumbi deles estar em todas as capas, sempre existe uma história rica, bem pesquisada, tanto de eventos históricos quanto literários: de “Alexander, the Great”, a “Two Minutes do Midnight”, a “Aces High”. Isso para citar só alguns clássicos.

Existe toda uma pesquisa, uma apresentação épica, uma composição arranjada para imergir o ouvinte ao conceito apresentado. É um trabalho colossal que entrega história e cultura para seus ouvintes.

No caso do funk (o brasileiro, sim, essa ofensa ao funk americano, e uma ofensa ao funk brasileiro dos anos 90), ou trap, ou seja lá que porcaria mais estejam inventando todo dia. Dizem que essas músicas são manifestações dos problemas enfrentados no dia a dia dos “cantores” e das pessoas. Em outras palavras, essas músicas são um produto social do meio onde surgem.

Ok! Mas aí está exatamente o problema: esses estilos modernos são ruins, porque falam de coisas ruins. A maior parte dessas músicas estimulam a promiscuidade, o mau comportamento em sociedade, generalizam o desrespeito a policiais. Não estimulam o melhoramento do indivíduo; atrofiam-no.

Quantos dos fãs sentem vontade de estudar história, ou geografia, ou ser professor, ou buscar seu crescimento individual depois de ouvir um (peço perdão ao leitor) “Trepada em Cuiabá”, ou “Casei com a Putaria”, “Loira na Segunda, Morena na Terça”. Aliás, ao contrário dos movimentos políticos que defendem esses estilos, é muito comum vê-los “cantar” a ostentação que tem pelo capitalismo que vivem.

O futuro cultural do nosso país é sujo e obscuro... Cabe a nós fazer com que ele demore um pouco mais para chegar.

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