Se pararmos para contar a quantidade de carros que são lançados no Brasil anualmente, o número chega a quase 70 exemplares. Neste pacote estão estreias de nova geração, reestilização, motor atualizado, e por aí vai.
Mas essa lista poderia ser ainda maior se muitas das promessas anunciadas pelas montadoras realmente chegassem ao mercado nacional.
Lançar um automóvel não é tão simples como se imagina. Depende de uma série de fatores, como análise de mercado para a viabilidade do produto, custo de produção, aceitação do consumidor , competitividade do segmento, variação cambial, entre outros.
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Por isso as montadoras chegam a anunciar um futuro lançamento, mas acabam mudando de ideia com a passar do tempo. Vamos relembrar 10 promessas que só ficaram no discurso das marcas e nunca chegaram às concessionárias:
Volkswagen Santana
Um dos ícones da indústria brasileira ainda é fabricado na Ásia. E, portanto, o retorno ao Brasil volta e meia é cogitado. Ele viria como um sedã intermediário, entre o Voyage o Jetta, na época em que o Polo Sedan foi aposentado, contudo o projeto foi engavetado.
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A Volkswagen até chegou a fazer uma pesquisa com os consumidores sobre a receptividade do modelo no mercado e mostrou um Santana com design mais elaborado que o vendido na China desde 2013, com nova frente, faróis do Golf e porta-malas elevado.
Só que o anúncio da chegada do inédito Virtus (sedã do Polo) em 2018, feito esta semana no Salão de Genebra, é um forte indicativo que o Santana permanecerá ainda distante do Brasil por muito tempo.
Toyota Yaris e Vios
Após a Toyota lançar o Etios em 2012 como seu modelo de entrada, surgiram rumores de que a marca traria outros dois carros: o hatch Yaris, que brigaria no segmento ‘premium compacto’, hoje ocupado por Peugeot 208, Ford New Fiesta e Volkswagen Fox, e o sedã Vios, que iria rivalizar com Honda City e Chevrolet Cobalt.
Unidades de teste camufladas até foram vistas circulando por rodovias em São Paulo no fim do ano passado, o que reforça que a vinda deles não está descartada. Novamente a crise no setor teria sido o impeditivo para o lançamento, que, se acontecer, ficará para 2018.
Acura NSX
O superesportivo NSX, mais conhecido como a Ferrari japonesa, foi uma das atrações do Salão de São Paulo. Na época, a Honda anunciou que o modelo chegaria importado sob a bandeira da Acura, divisão de luxo da marca.
Ele seria uma espécie de carro-imagem para atrair os consumidores para outros carros da fabricante. No entanto veio a crise econômica, e com ela o aumento do IPI e a disparada do dólar. Resultado, o NSX no Brasil ficou só no sonho.
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Há rumores de que a Honda não tenha abandonado a ideia, com possibilidade de vir até 2018. O modelo está na segunda geração, agora híbrido, com motor V6 biturbo, de 500 cv, e mais três elétricos (dois na frente, um em cada roda) de 73 cv no total, para gerar torque instantâneo. O preço por aqui, não menos que R$ 1 milhão.
Renault Megane R.S.
Em 2013, a Renault organizou um evento com a imprensa brasileira num aeródromo para acelerar o Megane R.S.. A marca pretendia ouvir as impressões dos profissionais sobre o modelo que a marca desejava trazer via importação.
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E esportivo compacto agradou em cheio. Com tração dianteira e motor 2.0 turbo, 265 cv, era uma diversão ao volante. Teve duas unidades importadas e emplacadas, mas não saiu da frota da marca francesa. No máximo, participou de eventos automotivos para a promoção do Sandero R.S..
A alta do dólar e o IPI majorado colocariam o Megane R.S. num patamar de preço inviável para brigar com a concorrência - à época algo em torno de R$ 150 mil.
Nissan Note
Antes mesmo de a Nissan oficializar a aposentadoria do Livina em 2015, já havia o burburinho de que o Note seria o seu substituto. Com pinta de monovolume, ao estilo do Honda Fit, o Note chegou a ser testado por alguns jornalistas brasileiros nos EUA.
A informação que corria era de que seria produzido na fábrica de Resende (RJ) e mais tarde que seria importado do México. Nenhum, nem outro. O Note não passou de promessa.
Peugeot 308
O Salão de Buenos Aires, na Argentina, apresentou em 2015 uma reestilização do 308 que remetia à versão europeia, mas não com o mesmo visual vendido por lá.
A Peugeot anunciou à época que a versão ‘pura’ do Velho Continente chegaria até nós numa segunda fase e como configuração topo da linha, convivendo com a reestilização sul-americana. Pois, o mercado brasileiro está esperando até hoje.
Até a opção esportiva GT do 308 estaria homologada para rodas em nossas ruas. Mas o dólar acima do R$ 4 durante quase todo o ano de 2016 esfriou qualquer pretensão francesa.
Infiniti Q50
Tempos atrás a Nissan anunciou que sua divisão de luxo Infiniti venderia oficialmente seus modelos em solo brasileiro a partir de 2014. E um dos carros que marcariam esse começo seria o sedã esportivo Q50.
Apresentado no Salão de Detroit de 2013, ele inaugurava a nova nomenclatura de modelos da Infiniti, que passariam a adotar ‘Q’ em todos os carros. Ele brigaria com Acura NSX no Brasil, mas, assim como o concorrente, o dólar e o IPI nas alturas deixariam o preço fora da realidade.
O Q50 acaba de mudar de geração (foto) e, pelo jeito, não será nessa que veremos ele por aqui.
Hyundai Veloster Turbo
O Hyundai Veloster ainda não emplacou no Brasil, e lá se vão cinco anos desde o lançamento no país. O nome, no caso, não condiz com o desempenho do motor 1.6, de 128 cv, o mesmo do HB20, apesar do visual arrebatador do cupê de três portas.
O grupo CAOA prometeu que iria corrigir a imagem do carro anunciado que traria o Veloster Turbo, aí sim com propulsor 1.6 nervoso de 204 cv. Só vieram apenas duas unidades para homologação, que, aliás, foram colocadas à venda no mercado de usado. E nada mais foi dito.
Chevrolet Malibu
Você vai questionar: - mas já Malibu rodando pelas ruas! Sim, ele já esteve entre nós em sua sétima geração. Quando passou para a oitava (foto) em 2012 veio a dúvida em continuar a importação já que ele vendia pouco.
A General Motors garantiu que sim e até colocou os jornalistas que cobriam o Salão de Detroit (EUA) em 2013 para andar no carro - e eu fui um deles (relembre a matéria).
O problema foi que o dólar disparou e o novo Malibu ficaria bem mais caro que o Ford Fusion, o seu principal concorrente - algo perto de R$ 150 mil na época. A essa altura a linha anterior já não existia mais nas lojas. O jeito foi abandonar a ideia de importação, pois ele já não tinha tanto a admiração do público brasileiro. Hoje, o Malibu está na nona geração.
Kia Rio
O modelo sul-coreano é uma eterna promessa da Kia Motors no Brasil. O modelo é sucesso na Argentina, mas em terras brasileiras ainda é uma incógnita.
Era para ter vindo via México durante os Jogos Olímpicos do Rio. A Kia desejava explorar o nome homônimo para tornar o modelo conhecido. Acabou protelando para o fim de 2016, o que também não aconteceu.
A montadora justificou a demora na chegada do carro ao atraso na produção da fábrica mexicana. A Kia diz que o Rio virá este ano, sem falta, em sua quarta geração, apresentada no Salão de Paris de 2016.
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