Foi lançada oficialmente na semana passada a Oldflix, um serviço de streaming voltado especialmente para quem gosta dos clássicos do cinema e da televisão - títulos normalmente difíceis de ser encontrados em serviços semelhantes, como na popular Netflix. À frente do projeto está uma empresa brasileira, que planejava esse início de atividade da Oldflix sem muito alarde, para que os ajustes técnicos fossem feitos durante a fase de testes, numa outra plataforma. Mas a história viralizou e a busca pelo serviço extrapolou as expectativas, fazendo com que todo o processo fosse acelerado. Problemas técnicos acabaram tirando a plataforma do ar, mas a empresa garante que nos próximos dias o serviço será normalizado.
O serviço funciona como o de seus pares. O usuário se cadastra e pode degustar o serviço durante uma semana gratuitamente. Se quiser continuar, faz sua assinatura e paga, por mês, R$ 9,90, contando a partir da data da inscrição. Há títulos para todos os gostos, de filmes e séries de TV, dos anos 1920 aos 1990, incluindo de “A Felicidade Não Se Compra” (1946), de Frank Capra; “Ladrões de Bicicletas” (1948), de Vittorio De Sica; “Sansão e Dalila” (1949), de Cecil B. DeMille; “Marcelino Pão e Vinho” (1955), de Ladislao Vajda; “O Eclipse” (1962), de Michelangelo Antonioni, até “Grease - Nos Tempos da Brilhantina” (1978); “Um Lobisomem Americano em Londres” (1981); “Admiradora Secreta” (1985); entre muitos outros. Entre os seriados, estão os saudosos “Jeannie É Um Gênio” e “A Feiticeira”.
Segundo os idealizadores - que, no momento, dizem preferir responder pelo projeto em conjunto, sem eleger um único representante -, como se trata de obras antigas e raridades, eles se preocupam com questões como a qualidade da imagem e, por isso, ainda não colocaram uma quantidade representativa no ar. “No momento, temos cerca de 800 títulos disponíveis e mais de 10 mil já licenciados, prontos para serem lançados estrategicamente. Estamos há menos de uma semana no ar e a aceitação por parte do público foi surpreendente, o que acaba impulsionando o processo”, eles afirmam, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, por e-mail, na sexta-feira, 1.º. Para já esclarecer de antemão possíveis rumores sobre violações de direitos autorais, eles garantem que todos os filmes são licenciados e seus direitos “legalmente adquiridos, por tempo determinado, junto às empresas/distribuidoras especializadas na compra e venda desse tipo de produto”.
Os títulos que ficam disponíveis no catálogo do serviço são escolhidos por uma curadoria interna, realizada por um especialista em cinema clássico - que faz a seleção das obras com base no acervo de filmes dos quais eles têm o licenciamento e em futuras aquisições. E leva-se em consideração ainda o retorno do público nesse processo de construção e renovação do catálogo.
Ainda nesse estágio inicial, os filmes só podem ser assistidos no site www.oldflix.com.br (uma parte em versão legendada e outra, dublada). Mas asseguram que estão trabalhando no desenvolvimento de um aplicativo. Sobre as inevitáveis comparações com a Netflix, eles admitem que a Oldflix foi inspirada em modelos que já deram certo, como o famoso serviço de streaming. Mas apontam diferenças. “Uma tem um target, a outra tem outro, até mais eclético. Além disso, a Netflix caminha no desenvolvimento de produções próprias, deixando uma lacuna para a nossa comunidade, que gosta do retrô.”
E que público é esse que eles querem atingir? “O nosso pensamento é que o Oldflix pertence a um público que vai dos 8 aos 80, uns por saudosismo, outros por curiosidade”, respondem os idealizadores. “Não somos só uma plataforma de assinaturas, somos uma comunidade.”
Nos primeiros dias de funcionamento, usuários passaram a relatar problemas, reclamando que muitos filmes não estavam disponíveis. Em sua página do Facebook a Oldflix informou que houve “problemas técnicos” e que estava “trabalhando para voltar em muito breve.”
“É importante dizer que nenhum usuário será lesado nesse processo e no caso dos assinantes, serão retornados os dias em que o serviço estiver fora do ar. Manteremos sempre a transparência e o diálogo aberto com essa comunidade que está se criando, os ‘Oldflixs’”, assegurou a empresa.
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