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Ambientalistas farão ato nacional contra o fracking

Em junho do ano passado, moradores de Toledo foram às ruas protestar contra a exploração do gás de xisto | Cesar Machado/Vale Press
Em junho do ano passado, moradores de Toledo foram às ruas protestar contra a exploração do gás de xisto (Foto: Cesar Machado/Vale Press)

Organizações ambientalistas promovem no domingo (4), em cidades do Paraná e de outros estados, uma série de manifestações contra a exploração de gás natural não convencional. A extração do gás de folhelho, mais conhecido como gás de xisto, é feita pela técnica do fraturamento hidráulico (“fracking”), que muitos consideram nociva ao meio ambiente e à saúde humana.

Além de alertar para os riscos associados ao ciclo produtivo do combustível, o objetivo dos organizadores – a Coalizão Não Fracking Brasil (Coesus) e a ONG 350.org Brasil – é chamar atenção para a 13.ª rodada de licitações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), marcada para a próxima quarta-feira (7).

O leilão da ANP vai oferecer 266 blocos exploratórios de petróleo e gás – 182 em terra e 84 em mar – em dez bacias sedimentares. Em seminário sobre o gás de xisto na última quarta-feira (30) em Brasília, o coordenador da Coesus, Juliano Bueno de Araújo, pediu que o Ministério Público Federal busque a suspensão da licitação.

O leilão da semana que vem não envolve áreas do Paraná, ao contrário da rodada anterior, realizada em novembro de 2013. Dos 72 blocos arrematados naquela licitação, 11 ficam no estado, distribuídos por 123 municípios de uma faixa que vai da Região Sudoeste até o Noroeste. Eles foram adquiridos pelas estatais Copel e Petrobras, e por parceiras privadas, mas nenhum trabalho de exploração do gás de xisto chegou a ser realizado no Paraná, porque os efeitos do leilão no estado estão suspensos pela Justiça Federal desde junho de 2014.

Após a licitação, municípios como Foz do Iguaçu, Toledo, Cascavel e Nova Santa Rosa proibiram a concessão de alvará a empresas que pretendam explorar o gás não convencional por meio do fracking.

Para Nicole Figueiredo de Oliveira, diretora da 350.org Brasil, o fracking é uma ameaça à segurança alimentar e hídrica.

“Cada poço utiliza de 7 milhões a 15 milhões de litros de água, o suficiente para abastecer uma cidade de 240 mil habitantes por um dia”, diz.

“Para fraturar a rocha, essa água é injetada com um mix de produtos químicos e 60% desse fluido é deixado no subsolo, o que pode contaminar não só o subsolo, mas os lençóis freáticos e o próprio solo. O raio de contaminação de cada unidade chega a 80 quilômetros.”

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