Bancos centrais de todo o mundo cortam juros
Bancos centrais ao redor do mundo reduziram em conjunto as taxas de juro nesta quarta-feira, na primeira ação política coordenada da história, à medida que os temores de uma recessão profunda ofuscaram as preocupações recentes sobre a inflação.
O Banco Central anunciou nesta quarta-feira, 8, a flexibilização do recolhimento de depósitos compulsórios, o que deve promover uma injeção de recursos no mercado de R$ 23,2 bilhões. Depósito compulsório é a parcela de recursos que os bancos recolhem diariamente ao BC. Em situações de crédito escasso, como o atual, o BC reduz esta parcela, o que aumenta o dinheiro disponível para que os bancos emprestem.
A primeira medida aumenta de R$ 300 milhões para R$ 700 milhões a dedução prevista para o recolhimento compulsório de depósitos a prazo feito por meio de títulos públicos (aplicações). A medida injeta a partir do dia 13 de outubro R$ 6,3 bilhões na economia. A segunda medida reduz de 8% para 5% o recolhimento adicional de compulsórios sobre os depósitos à vista e a prazo feitos em espécie remunerados pela taxa básica de juros (Selic). A medida vai injetar a partir do dia 10 R$ 16,9 bilhões. O objetivo, segundo o Banco Central, é prover liquidez ao sistema financeiro. O BC informa ainda que não foi alterado o recolhimento compulsório adicional da poupança, que continua em 10%. No dia 1º de outubro, o BC havia decidido que os bancos que adquirissem carteiras de crédito de outras instituições teriam redução do depósito compulsório. A medida libera até R$ 23,5 bilhões para o mercado. O economista-chefe da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Rubens Sardenberg, informou nesta quarta, à Agência Estado que as informações que a entidade dispõe são de que os bancos privados já estão adquirindo carteiras de crédito de outros bancos para ter parte do compulsório liberado.
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