O ministro da Economia, Paulo Guedes, diz estar "bastante frustrado" com a dificuldade em fazer andar as privatizações de estatais.
O ministro da Economia, Paulo Guedes.| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

As férias de fim de ano do ministro da Economia, Paulo Guedes, foram canceladas. A informação consta em despacho publicado em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) deste sábado (19). As férias do ministro iriam de 18 de dezembro a 8 de janeiro de 2021. Porém, na sexta-feira (18), ele já acabou trabalhando normalmente, dando uma coletiva de imprensa de balanço e participando da assinatura de protocolo de intenção entre o INSS e a Febraban para revisar valores de benefícios da folha de pagamento. O ministro permanece em Brasília despachando.

O cancelamento das férias de Guedes acontece em meio ao pedido dos governadores para prorrogação do estado de calamidade pública e à escalada de tensão entre Executivo e Congresso. Nesta semana, o presidente Jair Bolsonaro acusou Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, de engavetar a MP que previa o 13º benefício do Bolsa Família. Só que o pedido de engavetamento foi feito pela própria equipe econômica. Em resposta a Bolsonaro, Maio o acusou de mentiroso e convocou sessão na sexta prometendo pautar a MP do governo que reduziu de R$ 600 para R$ 300 o valor do auxílio emergencial e incluir nela a previsão de um 13º do Bolsa Família. O líder do governo na Casa, deputado Ricardo Barros (PP-PR), e o ministro Paulo Guedes tiveram de dizer que Maia tinha razão para que o presidente da Câmara retirasse da pauta a MP. O governo não queria que ela fosse a votação, pois temia que os deputados aumentassem o valor do auxílio emergencial.

A assessoria de imprensa do ministro informou que a interrupção das férias não teve um motivo específico. Guedes permanecerá em Brasília na próxima semana. Ele está hospedado provisoriamente na Granja do Torto, em virtude da pandemia, e desistiu de retornar ao Rio de Janeiro, onde mora oficialmente, para passar o Natal.