A crise financeira nos Estados Unidos tem atrapalhado os planos de quem vive de emprestar dinheiro e de quem pretende pegar algum emprestado. Para conferir o reflexo no consumidor carioca, o G1 percorreu na manhã desta sexta-feira (3) 15 instituições que trabalham com crédito e a conclusão foi imediata. Com juros mais altos e prazos menores para quitar a dívida, das 12 lojas que estavam abertas, todas estavam vazias.
Com a situação, já tem banco tomando medidas drásticas. "Há cerca de duas semanas estamos com o sistema de consignado suspenso. Atingimos apenas 50% da meta e já tivemos que cortar pessoal", sintetiza o supervisor de vendas de uma financeira Jacirlei Pereira.
Com teto de juros a 2,5% determinado pelo governo para os consignados, os bancos passaram a exigir dos clientes o parcelamento em cheque, modalidade em que os juros variam de 8% a 12,5%.
Barreiras para emprestar
"A crise chegou e a gente está tentando se preparar para enfrentá-la. Há bancos que suspenderam o crédito consignado (dado a servidores públicos), em que não há restrições contra nome sujo", conta Vagner Torres, consultor financeiro de uma agência de crédito que trabalha com vários bancos.
Segundo ele, o principal reflexo disso no mercado é o uso de cheques para empréstimos. O consumidor recebe o valor emprestado na conta corrente e deixa todos os cheques das prestações para serem descontadas mês a mês.
"Nesse caso, a pessoa precisa ter comprovante de renda, conta em banco e nenhuma restrição no Serasa. Autônomos, por exemplo, têm um máximo de R$ 800", detalha Vagner.
2008 x 1999
Com 15 anos de mercado financeiro, para Jacirlei, apesar da situação do país estar mais estável, o panorama pode ser tão grave quanto a disparada do dólar em 1999.
"Na época fui eu quem perdeu o emprego", lembra. "Se antes atendíamos cerca de 30 pessoas por dia, hoje são cerca de 10", completa uma analista financeira que não quis se identificar.
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