O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, disse nesta sexta - feira (25) que o Brasil vai produzir 28 sondas até 2013, visando à extração de petróleo da camada do pré-sal. Segundo ele, o país paga entre US$ 500 mil e US$ 600 mil por dia apenas para alugar esse tipo de sonda.
"Para produzirmos petróleo a partir do pré-sal precisamos montar indústrias. Não é botar um canudinho e puxar o petróleo. É necessário perfurar, e para isso, precisamos de sondas, e esse é um equipamento extremamente complexo", disse Gabrielli.
Ele participou de debate sobre o marco regulatório e os desafios tecnológicos do pré-sal, no Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea). "Por isso estamos contratando 28 sondas para serem produzidas no Brasil e entregues a partir de 2013", completou.
A perspectiva apontada pelo presidente da Petrobras é a de que o aumento da produção se dê nas áreas que fronteiriças às atividades econômicas. "Para prover a extração desse petróleo, precisamos intensificar a indústria fornecedora dedicada a fabricar equipamentos para essa extração. Isso requer o desenvolvimento de tecnologias e a montagem de uma infraestrutura adequada, além, é claro, do conhecimento técnico necessário para tanto. Isso é bastante positivo, pois nos ajudará a fortalecer a indústria nacional e diminuirá o risco da doença holandesa", afirmou.
O presidente da Petrobras se referiu ao que ocorreu nos anos 60 na Holanda, quando o excesso de exportações de gás reduziu as vendas externas de outros produtos, por falta de competitividade.
Gabrielli, no entanto, manifestou preocupação com os riscos decorrentes desse pioneirismo tecnológico no Brasil. "Somos o grande comprador mundial desse tipo de equipamento. Por isso, teremos um dilema decorrente da necessidade de acelerar investimentos, conciliando a necessidade de acelerar as compras com a necessidade de reduzir custos, convergindo para preços internacionais competitivos", disse.
A resposta foi apresentada pelo próprio presidente da Petrobras. Segundo ele, esses preços tenderão a diminuir com o tempo, como já ocorreu com alguns navios comprados pela empresa. "O primeiro será mais caro, mas a situação tenderá ao equilíbrio à medida que novas compras forem realizadas", argumentou.
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