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Ministério da Fazenda, comandado por Fernando Haddad, reduziu de 3,2% para 3% a projeção para o crescimento do PIB do Brasil em 2023.
Ministério da Fazenda, comandado por Fernando Haddad, reduziu de 3,2% para 3% a projeção para o crescimento do PIB do Brasil em 2023.| Foto: André Borges/EFE

O governo federal reduziu sua projeção para o crescimento da economia brasileira em 2023. A expectativa baixou de 3,2% para 3%, segundo relatório divulgado nesta terça-feira (21) pelo Ministério da Fazenda.

De acordo com o Boletim Macrofiscal, da Secretaria de Política Econômica (SPE), a queda está relacionada à revisão na previsão para o terceiro trimestre – que baixou de leve alta de 0,1% para estabilidade (0%) – e a "projeções menos otimistas para o setor de serviços até o restante do ano".

A SPE também espera crescimento menor em 2024. Sua estimativa baixou de 2,3%, no boletim anterior, para 2,2%. "A mudança repercute o aumento das incertezas no ambiente externo, tanto do ponto de vista da política monetária dos países centrais, quanto da possibilidade de agravamento nos conflitos geopolíticos globais", diz o boletim.

O Boletim Macrofiscal também traz as novas projeções do governo para a inflação. Por um lado, a expectativa para o IPCA em 2023 baixou de 4,85%, no relatório anterior, para 4,66% agora. Por outro, subiu de 3,4% para 3,55% a previsão para o próximo ano.

Segundo a SPE, "o processo de desinflação ocorreu mais rápido do que o inicialmente projetado" neste ano, ao passo que a estimativa para 2024 foi afetada "pelo reajuste de ICMS anunciado pelos estados, além de mudanças pontuais no cenário projetado para o câmbio e para os preços de commodities".

No mês passado, o conselho que reúne os secretários estaduais de Fazenda anunciou um aumento no ICMS da gasolina, do diesel e do gás de cozinha a partir de fevereiro. E, nesta terça, governadores do Sul e do Sudeste informaram que a reforma tributária os obriga a elevar os níveis atuais do ICMS. Seis estados dessas regiões, que hoje cobram alíquota geral entre 17% e 19%, avaliam elevar o tributo para 19,5%.

Números recentes mostram piora na economia

A piora na projeção do governo para o PIB de 2023 ocorre após a divulgação de números fracos sobre o desempenho recente da economia brasileira. Na semana passada, o Banco Central informou que o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) caiu 0,64% no terceiro trimestre, em relação ao segundo.

O mercado financeiro começou a baixar em outubro suas expectativas para o PIB. Do pico de 2,92% atingindo em meados do mês passado, a expectativa mediana de bancos e consultorias recuou para 2,85% na edição mais recente do boletim Focus, do BC, divulgada nesta segunda-feira (20).

Em paralelo, pioraram os índices de confiança na economia, tanto de empresas quanto de consumidores.

Em outubro, uma pesquisa da Genial Investimentos/Quaest mostrou que 65% dos entrevistados acreditam que o cenário econômico ficou igual ou piorou nos últimos 12 meses. E o otimismo em relação aos próximos 12 meses baixou de 59%, em agosto, para 50%. Também piorou a avaliação sobre o trabalho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

"No ano, o menor crescimento esperado para o setor de serviços foi parcialmente compensado por um aumento na projeção de crescimento para a indústria", diz o boletim da SPE.

"Para o setor agropecuário, a projeção de crescimento em 2023 permaneceu em 14,0%. Para a indústria, o crescimento esperado avançou de 1,5% para 1,9%, enquanto para serviços a projeção recuou de 2,5% para 2,2%", prossegue o texto.

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