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FGV

IGP-10 recua 0,55% em agosto

A queda do Índice Geral de Preços foi maior do que a prevista por analistas. | Agência Gazeta do Povo/ Jonathan Campos
A queda do Índice Geral de Preços foi maior do que a prevista por analistas. (Foto: Agência Gazeta do Povo/ Jonathan Campos)

O Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10) de agosto caiu 0,55%, ante recuo de 0,56% em julho, informou, nesta sexta-feira (15) a Fundação Getúlio Vargas (FGV). A queda foi maior do que a prevista por analistas do mercado financeiro ouvidos pelo AE Projeções, que esperavam taxas negativas entre 0,50% e 0,28%, com mediana das expectativas em -0,40%.

A FGV informou ainda os resultados dos três indicadores que compõem o índice. O IPA-10, que representa os preços no atacado, caiu 0,91% em agosto, em comparação à queda de 1,03% em julho. Por sua vez, o IPC-10, que corresponde à inflação no varejo, apresentou alta de 0,01% na leitura anunciada hoje, após subir 0 24% no mês passado. Já o INCC-10, que mensura o custo da construção, teve elevação de 0,45%, após registrar aumento de 0 58%, na mesma base de comparação. Até agosto, o IGP-10 acumula aumentos de 1,70% no ano e de 4,82% em 12 meses. O período de coleta de preços para cálculo do índice foi de 11 de julho a 10 de agosto.

Setor agropecuário

A deflação do setor agropecuário perdeu força no atacado. Os preços agropecuários caíram 2,20% no âmbito do Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10) referente a agosto, ante queda de 2,29% em julho. A deflação industrial atacadista também ganhou força, registrando queda de 0,43% na leitura divulgada hoje, ante redução de 0,54% no mês passado.

Dentro do Índice de Preços por Atacado segundo Estágios de Processamento (IPA-EP), que permite visualizar a transmissão de preços ao longo da cadeia produtiva, os preços dos bens finais caíram 0,51% neste mês, em comparação ao recuo de 0,82% no índice de julho. Por sua vez, os preços dos bens intermediários caíram 0,10%, após recuarem 0,24% em igual tipo de comparação. Já os preços das matérias-primas brutas intensificaram o ritmo de redução, com recuo de 2,38% em agosto, em comparação com a baixa de 2,19% um mês antes.

Surpresa

A queda no IGP-10 surpreendeu pela redução mais forte dos preços industriais no atacado e pela alta mais branda do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), na avaliação do economista-sênior do Espírito Santo Investment Bank (Besi Brasil), Flávio Serrano. Ele diz que, no próximo mês, o indicador deve apresentar variação positiva.

Serrano projetava uma deflação de 0,35% nos preços industriais no atacado, e a variação negativa foi de 0,43%. "Houve forte contribuição da queda de preços do minério de ferro e de alimentos no âmbito do IPA Industrial", avaliou, ressaltando que a variação negativa de 2,20% nos preços agropecuários no atacado também pesou sobre o índice de preços ao produtor.

Outra surpresa para o economista foi a alta menor do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), de 0,01%, ante projeção de 0,06%. "As diferenças para as estimativas foram a deflação mais forte de transportes (-0,20%) e uma pressão de habitação menor que o projetado", comentou. Na avaliação de Serrano, em setembro, o IGP-10 deve voltar a ter variações positivas, depois de apresentar deflações por três meses. Já o IGP-DI e o IGP-M ainda devem registrar deflação em agosto.

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