O ministro Luiz Marinho, do Trabalho, criticou o Banco Central nesta quarta (27) por causa do conteúdo da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) que reduziu a taxa básica de juros a 10,75%, mas que indicou uma redução do ritmo de cortes. A crítica ocorreu um dia depois da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, atacar o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, pelo mesmo motivo.
Marinho afirmou que o Banco Central precisa aprimorar seus conhecimentos sobre os fundamentos da economia e apontou que o aumento de juros é uma “forma burra” para controlar a inflação. As declarações foram dadas pouco depois da divulgação dos dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), que indicaram a geração de 306,1 mil vagas formais de trabalho em fevereiro.
“Não estou criticando o Banco Central. Estou alertando que eles têm que olhar melhor, estudar mais. Está faltando estudar um pouco, fundamentos da economia. Uma forma é restringir, é aumento de juros, é corte de crédito. Isso aqui você controla a inflação, sim, mas é a forma burra de fazer”, disparou.
Para o ministro, a maneira mais inteligente de lidar com a inflação é aumentar a oferta de produtos e serviços. Ele afirmou que “vai crescer a demanda de consumo, as empresas não devem esperar faltar mercadoria lá na gôndola do supermercado”.
“Elas têm que antecipar a velocidade da linha contratando mais gente, botando mais oferta de produtos. É assim que controla a inflação de forma inteligente”, explicou.
Embora o mercado de trabalho tenha apresentado força, o governo e o Banco Central estão atentos às implicações disso para a política monetária, especialmente em relação ao ritmo de cortes na taxa básica de juros (Selic).
O Banco Central expressou preocupação com a dinâmica do mercado de trabalho, observando que os reajustes salariais acima da inflação, sem ganhos de produtividade correspondentes, podem dificultar a convergência da inflação para a meta.
Marinho ainda convidou o Banco Central a explorar mais profundamente a questão da produtividade no Brasil. “Não por constatação, por números globais, é preciso dar uma aprofundada nas especificidades de cada setor para ver o que está acontecendo”, afirmou o ministro.
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