A safra de cana-de-açúcar 2011/12 deve atender apenas a 45% da frota flex do Brasil, de acordo com afirmação do presidente da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), Marcos Jank. Segundo ele, estudo realizado pela Copersucar e pela Unica mostra que, para atingir um patamar de 66% da frota flex usando etanol, a cana necessária seria de 775,6 milhões de toneladas. Na safra 2011/12, a estimativa é de uma produção brasileira de 632 milhões de toneladas.
"Com a safra atual, iremos atender um volume menor que o atingido nos últimos anos, quando passamos os 50% dos veículos utilizando etanol", disse Jank. Segundo o executivo, depois de registrar um ritmo de crescimento de 10,4% ao ano entre 2000 e 2009, com a crise, este crescimento caiu para 3,3% nos últimos três anos.
"Para voltar a atender a demanda, precisamos de um novo ciclo de crescimento, mas os investimentos em novas usinas não estão atraentes neste momento", disse. Jank afirma que, para voltar a ser atraente, o setor precisa fazer ajustes, como a harmonização de impostos entre os Estados e melhorar as garantias de abastecimento, por exemplo.
O estudo revela também que, se a tendência de crescimento continuar a mesma nos próximos anos, sem novos investimentos, o déficit de cana em 2015/16 será de 200 milhões de toneladas. Segundo Jank, o setor vai chegar na safra 2020/21 com 974 milhões de toneladas de cana, ante uma necessidade de 1,37 bilhão de toneladas. "Se nada for feito, em 2020 iremos atender apenas 37% da frota flex", disse.
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