A possibilidade de a Oi receber tratamento privilegiado do governo, na elaboração do Plano Nacional de Banda Larga, preocupa os concorrentes. A empresa já recebeu apoio oficial para adquirir a Brasil Telecom, em 2008, criando uma operadora com posição dominante em todos os Estados brasileiros, com exceção de São Paulo.
Um novo tratamento especial, no âmbito do plano, poderia desequilibrar ainda mais a competição no mercado de telecomunicações. O presidente da Oi, Luiz Eduardo Falco, esteve com a ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, na sexta-feira, e com o ministro das Comunicações, José Artur Filardi, para propor que a empresa seja o principal instrumento de universalização da banda larga no País. O governo tem 49% do controle da Oi, direta ou indiretamente.
"Não se deve privilegiar nenhuma operadora", afirmou Luis Cuza, presidente da TelComp, associação que reúne as concorrentes da Oi e da Telefônica. "É muito perigoso, e pode ser negativo também, depender, sem nenhuma exigência, de uma empresa com um histórico tão problemático."
"É necessário impor exigências que protejam o consumidor e avancem a concorrência", afirmou Cuza. Um pleito antigo dos competidores é a possibilidade de alugar segmentos das redes das concessionárias locais, como o par de fios de cobre que chega à casa das pessoas, a preços que permitam a competição.
Em Brasília, Luiz Eduardo Falco, da Oi, disse que a empresa tem condições de atender a todos os municípios da sua área de concessão, até o fim do ano, com serviços de banda larga. Ele reiterou, no entanto, que, para ofertar um produto com preços abaixo dos valores cobrados no mercado, sempre será exigida alguma forma de incentivo. Falco disse que o assunto não foi tratado na reunião com o ministro José Artur Filardi.
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