A Vale já enxerga sinais claros de recuperação no mercado, o que deixaria para trás a crise que afetou a empresa desde setembro do ano passado e que fez sua produção de minério de ferro despencar.
Numa projeção anualizada para a produção de minério de ferro em 2009, considerando o fraco resultado do primeiro semestre, a mineradora produziria no ano 212 milhões de toneladas, ante quase 300 milhões em 2008.
Mas segundo o diretor financeiro da Vale, Fabio Barbosa, há uma evidente indicação de desestocagem em outras regiões, e não apenas na China, e essa folga na produção deixa a empresa em melhores condições para tirar proveito da retomada da economia global e ampliar a sua produção no segundo semestre.
"O que vemos claramente é o início de um novo período", afirmou o diretor a analistas reunidos esta manhã pela Associação de Analistas e Profissionais de Investimentos no Mercado de Capitais (Apimec).
"Claramente o mercado de hoje é mais forte, principalmente em relação ao primeiro trimestre", ressaltou.
Barbosa destacou que a volta do mercado aos níveis de antes da crise não será imediata e, portanto, é preciso cautela.
Mas ele disse que não há dúvida de que os mercados emergentes serão líderes dessa recuperação, ajudando a Vale geograficamente.
"Não vamos voltar a antes de setembro de 2008 rapidamente. É um processo que leva mais tempo, mas o primeiro passo parece que já foi dado", avaliou, afirmando que mesmo o mercado de pelotas, mais demandado quando há necessidade de maior produtividade, vem dando indícios de recuperação.
"Todas as estimativas que vemos é de que depois de um período de recessão este ano a economia vai crescer em 2010", complementou.
Ele lembrou que a queda de demanda de mercados como Europa e Américas, que ficavam com 45 por cento do minério da Vale antes da crise, levou à concentração na China, onde a empresa tem mais dificuldade de levar o seu produto devido à distância.
"De todos os players de mercado fomos os mais afetados geograficamente na crise... o fato de a Europa já estar tendo recuperação é muito auspicioso", afirmou Barbosa.
Mesmo assim, a Vale continua atuando fortemente no mercado chinês, onde aguarda a definição dos acordos de preços para este ano, operando tanto no mercado à vista como no de longo prazo.
"Vamos ter que nos acostumar com essa forma híbrida por algum tempo", admitiu Barbosa.
STF poderá forçar governo a tomar medidas mais efetivas contra danos das bets
Com argumentos de planos de saúde, associações de autistas fazem lobby negacionista com governo Lula
Novo “AeroLula”? Caso do avião presidencial no México reacende debate
“Precipitada” e “inconsistente”: como economistas reagiram à melhora da nota do Brasil
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast
Deixe sua opinião