Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Especial Patrocinado

Inteligência Artificial e o Direito do Trabalho: entre a inovação e a ameaça à dignidade do trabalhador

A rápida expansão da inteligência artificial está remodelando o mundo do trabalho no Brasil e no mundo  ao mesmo tempo em que cria oportunidades, também acende alertas sobre prejuízos sociais, discriminação algorítmica, perda de postos de trabalho e novos conflitos jurídicos. No Direito do Trabalho, o desafio é urgente: como equilibrar inovação, produtividade e automação sem comprometer direitos fundamentais, dignidade profissional e proteção social? Essa é a reflexão central que ganha força no cenário atual e exige posicionamento imediato de empresas, trabalhadores, legisladores e tribunais.

Inteligência artificial no trabalho: inovação que aumenta produtividade, mas exige proteção dos direitos e dignidade do trabalhador.
Inteligência artificial no trabalho: inovação que aumenta produtividade, mas exige proteção dos direitos e dignidade do trabalhador. (Foto: Shutterstock)

Ouça este conteúdo

A inteligência artificial (IA) deixou de ser um recurso futurista e passou a integrar o cotidiano, transformando profundamente as relações profissionais. Processos de contratação, gestão de equipes, segurança operacional e organização de rotinas já são influenciados por sistemas inteligentes que prometem produtividade e eficiência. Contudo, essa incorporação acelerada da tecnologia também traz inquietações éticas, sociais e jurídicas que exigem atenção imediata — especialmente no campo trabalhista.

Conforme analisa Diomar Francisco Mazzutti, da JD Advogados, os avanços são inegáveis. Empresas utilizam algoritmos para triagem de currículos, monitoramento de ambientes de risco e otimização de escalas e entregas. Além de reduzir custos e acelerar seleções, tais ferramentas ampliam a possibilidade do trabalho remoto e a harmonização entre vida profissional e pessoal. Para muitos setores, a IA representa ganho real em transparência e desempenho.

No entanto, Diomar Francisco Mazzutti alerta que o outro lado dessa transformação não pode ser ignorado. Sistemas treinados com dados enviesados podem reproduzir preconceitos sociais, raciais, regionais e econômicos, excluindo candidatos sem critério legítimo. Ao mesmo tempo, a automação já reduz vagas em áreas como telemarketing, atendimento bancário e operação de caixas — tendência que pressiona categorias e reestrutura mercados de trabalho inteiros.

O maior desafio, porém, é jurídico. O Direito do Trabalho foi concebido para relações tradicionais, baseadas na subordinação direta entre empregador e empregado. Agora emergem novas formas de vínculo, principalmente os trabalhadores de aplicativos, supervisionados por algoritmos que controlam remuneração, disponibilidade, desempenho e até desligamento — muitas vezes sem contato humano e sem transparência. A chamada subordinação algorítmica exige modernização legislativa urgente para garantir direitos básicos, como jornada digna, remuneração justa, proteção social e direito à desconexão.

No cenário internacional, a União Europeia já discute modelos regulatórios robustos que exigem responsabilidade, rastreabilidade e transparência no uso da IA. No Brasil, o debate ainda avança lentamente, embora iniciativas como o Projeto de Lei nº 2.338/2023 busquem estabelecer salvaguardas mínimas. Para Diomar Francisco Mazzutti, é essencial que sociedade, legisladores e tribunais se mobilizem, evitando que a tecnologia seja utilizada como instrumento de precarização.

A grande pergunta, portanto, permanece atual e urgente: a IA será aliada da justiça social ou agente de exclusão no ambiente profissional? A resposta dependerá das escolhas políticas, econômicas e jurídicas que o país fizer agora. O futuro do trabalho será moldado não apenas pela tecnologia, mas pela capacidade de equilibrar inovação com dignidade, igualdade e proteção social.

Diomar Francisco Mazzutti analisa os impactos da inteligência artificial nas relações de trabalho e a proteção dos direitos dos trabalhadores.Diomar Francisco Mazzutti analisa os impactos da inteligência artificial nas relações de trabalho e a proteção dos direitos dos trabalhadores. (Foto: Divulgação/JD Advogados)

Inteligência Artificial no trabalho: o advogado Diomar Mazzutti explica como equilibrar inovação, produtividade e proteção dos direitos dos trabalhadores.

  1. Jornalista Gazeta do Povo: A inteligência artificial pode substituir completamente determinadas categorias profissionais?

A IA já está impactando setores como telemarketing, atendimento e serviços repetitivos. Porém, mais do que substituição total, o que ocorre é uma redefinição das funções. O papel do Direito é garantir que essa transição não resulte em exclusão social e que trabalhadores tenham meios de adaptação e proteção.

2. Jornalista Gazeta do Povo: Sistemas de IA podem gerar discriminação em processos seletivos?
Sim. Algoritmos reproduzem os vieses presentes nos dados utilizados para treiná-los. Isso pode levar à exclusão de candidatos por critérios indiretos e ilegítimos. Por isso, defendo transparência, auditoria e critérios objetivos nos processos automatizados.

3. Jornalista Gazeta do Povo: A legislação brasileira está preparada para lidar com a subordinação algorítmica?
Ainda não. O modelo atual foi criado para relações tradicionais e não contempla o controle digital exercido por plataformas. Projetos como o PL 2.338/2023 são passos iniciais, mas precisamos de regulamentação mais clara para assegurar direitos fundamentais desses trabalhadores.

Se você se interessa por Direito do Trabalho, tecnologia e temas atuais que impactam empresas e trabalhadores, siga as redes sociais do escritório JD Advogados. Eles produzem conteúdos informativos com frequência, sempre com análise técnica, linguagem acessível e foco em orientação prática.

JD Advogados produz conteúdos informativos com periodicidade sobre temas jurídicos de relevância social e empresarial.
Siga no instagram: @jorgedomingosadvocacia/

Acompanhe no Linkedin: https://www.linkedin.com/company/jorge-domingos-advogados-associados/

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.