Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Especial Patrocinado

Desconsideração da personalidade jurídica: quando os bens dos sócios podem ser atingidos

A separação entre o patrimônio da empresa e o dos sócios é um dos pilares do direito empresarial. No entanto, quando essa autonomia é usada de forma indevida para ocultar bens, fraudar credores ou cometer atos ilícitos, a Justiça pode intervir. É nesse cenário que entra em cena a desconsideração da personalidade jurídica, instrumento que permite responsabilizar diretamente os sócios pelos atos praticados sob o nome da empresa.

A desconsideração da personalidade jurídica é um instrumento que garante que a empresa não seja usada como escudo para fraudes ou abusos, equilibrando proteção e responsabilidade.
A desconsideração da personalidade jurídica é um instrumento que garante que a empresa não seja usada como escudo para fraudes ou abusos, equilibrando proteção e responsabilidade. (Foto: Shutterstock)

Ouça este conteúdo

A criação de uma empresa tem entre seus principais propósitos separar o patrimônio pessoal dos sócios do patrimônio da própria pessoa jurídica. Essa divisão, chamada de personalidade jurídica, protege o empreendedor e permite que ele assuma riscos sem comprometer seus bens particulares. Porém, quando essa estrutura é utilizada de forma indevida, a Justiça pode intervir  e é nesse contexto que surge o instituto da desconsideração da personalidade jurídica.

A desconsideração é uma medida excepcional prevista no artigo 50 do Código Civil e regulamentada também pelo Código de Processo Civil (CPC). Ela permite ao juiz “levantar o véu” da pessoa jurídica e atingir o patrimônio dos sócios ou administradores quando houver abuso da personalidade jurídica, fraude, desvio de finalidade ou confusão patrimonial.

Em outras palavras, trata-se de uma ferramenta que impede o uso da empresa como escudo para práticas ilícitas, garantindo que a autonomia patrimonial  princípio fundamental do direito empresarial  não seja distorcida em prejuízo de terceiros.

De acordo com análise do escritório JD Advogados Associados, o instituto busca equilibrar dois valores essenciais: a proteção à atividade empresarial e a responsabilização por abusos. Sua aplicação deve ser criteriosa, pois o uso indiscriminado pode gerar insegurança jurídica e desestimular o empreendedorismo.

Entre os principais casos de aplicação estão situações em que a empresa é usada para fins pessoais dos sócios (desvio de finalidade) ou quando não há separação entre bens pessoais e empresariais (confusão patrimonial). Há ainda a desconsideração inversa, aplicada quando o sócio tenta ocultar seus bens em nome da empresa para evitar o cumprimento de obrigações pessoais.

Confira a entrevista exclusiva com o Dr. Ricardo Molteni Lopes, que explica de forma clara quando a Justiça pode atingir os bens dos sócios e como evitar riscos na gestão empresarial.

Dr. Ricardo Molteni Lopes explica quando a desconsideração da personalidade jurídica pode atingir o patrimônio dos sócios.Dr. Ricardo Molteni Lopes explica quando a desconsideração da personalidade jurídica pode atingir o patrimônio dos sócios. (Foto: Divulgação )

Gazeta do Povo: Em quais situações o juiz pode desconsiderar a personalidade jurídica?

A desconsideração ocorre quando há abuso da forma societária, como no caso de fraude a credores, desvio de finalidade ou confusão patrimonial. Ela não se aplica pelo simples fato de a empresa ter dívidas, mas quando há indícios de que a estrutura empresarial foi usada de forma indevida, para ocultar bens ou fraudar terceiros.

    • Gazeta do Povo: Qual é a diferença entre a desconsideração tradicional e a desconsideração inversa?

    Na forma tradicional, o juiz atinge os bens dos sócios para garantir o cumprimento de obrigações da empresa. Já na inversa, ocorre o contrário: quando o sócio transfere seus bens para a empresa com o intuito de se proteger, o magistrado pode alcançar o patrimônio da pessoa jurídica para satisfazer dívidas pessoais do sócio.

    • Gazeta do Povo: Como o empresário pode prevenir situações que levem à desconsideração da personalidade jurídica?

    O ideal é manter rígida separação entre o patrimônio pessoal e o empresarial, com controle contábil adequado, contas bancárias distintas e formalização de todas as operações. A assessoria jurídica e contábil é essencial para garantir transparência e evitar interpretações de confusão patrimonial ou abuso.

    A JD Advogados atua na área empresarial, prestando orientação jurídica a empresas e sócios sobre responsabilidade patrimonial, governança e boas práticas societárias. O escritório produz conteúdo informativo sobre temas jurídicos relevantes, promovendo segurança e conhecimento para empreendedores e gestores.

     A Jd Advogados produz conteúdos informativos com periodicidade sobre temas jurídicos de relevância social e empresarial.
    Siga no instagram: @jorgedomingosadvocacia/

    Acompanhe no Linkedin: https://www.linkedin.com/company/jorge-domingos-advogados-associados/

    Receba nossas notícias NO CELULAR

    WhatsappTelegram

    WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.