Passageiros esperam mais previsibilidade do transporte público e obter informações precisas sobre a chegada dos ônibus aos locais onde estão, facilitando o planejamento da rotina

Quase um quarto dos passageiros de ônibus do Brasil – 24% - têm como principal demanda esperar menos nos terminais e pontos de ônibus. Isso é o que indica uma pesquisa realizada pelo aplicativo de mobilidade urbana Moovit, divulgada pela Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU).

O resultado do estudo mostra que os passageiros buscam um sistema de transporte não só eficiente como previsível. “Isso é importante para que a pessoa possa planejar melhor o seu dia. Se ela não precisa, não há porque ficar parada na estação se o ônibus só vai passar dali a 20 minutos”, afirma o gerente de Inteligência de Negócios da Metrocard, Anderson Oberdan.

Ao aguardar o veículo, o passageiro tem a percepção de ineficiência do sistema. “A partir do momento em que estou dentro do ônibus, a sensação é de que estou consumindo o serviço de fato”, explica.

Não é à toa que a NTU, em um relatório chamado de “Construindo hoje o novo amanhã”, tem uma proposta de estabelecer padrões de qualidade para o transporte público em relação à previsibilidade e à qualidade.

“Entre os aspectos essenciais para composição do plano de qualidade do transporte público, devem ser considerados: a disponibilidade da rede de transporte; a rapidez nas viagens; a integração entre os modos de transporte; o conforto em estações, terminais e veículos; o atendimento e informação aos passageiros; e a redução de emissão de poluentes”, diz o documento.

Todos esses pontos seriam acompanhados por meio de metas quantificáveis, como redução do tempo de viagem, regularidade da oferta dos serviços e em sistemas de informação para usuários.

Como atingir esse patamar?

De acordo com Oberdan, há dois fatores primordiais para garantir uma boa oferta e o cumprimento das escalas dos ônibus, assim como o seu acompanhamento por parte dos passageiros: o planejamento dos horários e a realização das viagens.

No primeiro caso, trata-se de uma programação operacional, feita pela autoridade estadual conforme os padrões estabelecidos nas concorrências públicas. Este plano deve respeitar a factibilidade de horários e realizar ajustes constantes para que as viagens possam ser cumpridas.

O segundo aspecto depende do trânsito, “que é o principal insumo do transporte público: como as vias estão naquele momento e como podem ser utilizadas”, diz Oberdan.

Nesse contexto, a priorização do transporte coletivo via faixas dedicadas ao transporte público ou canaletas exclusivas é essencial para a rapidez, a previsibilidade e a qualidade da operação.

Mais previsibilidade do transporte público: um monitoramento constante

O sistema Metrocard disponibiliza aos passageiros a informação de quantos minutos o ônibus chegará em cada um dos pontos de parada ou terminais da Região Metropolitana de Curitiba. Para tal, cada veículo tem um GPS gerenciado por um programa próprio para gerar esta informação via aplicativo aos passageiros.

Em alguns terminais, como o do Alto Maracanã, já existem painéis, como os de aeroporto, que permitem verificar a chegada de cada linha.

“Existe um custo para o dado sair do ônibus, ir até uma central e ser apresentado ao passageiro. Nem sempre isso é previsto no contrato de licitação”, diz o gestor de Inteligência de Negócios da Metrocard.

No cenário atual, o celular se torna um parceiro da previsibilidade. “Na nova versão do App Metrocard, é possível saber todos os ônibus que passam pelo seu ponto e a estimativa de tempo para a chegada, com identificação visual”, explica Oberdan. “Na Região Metropolitana de Curitiba, todos os tubos e terminais metropolitanos contam com Wi-Fi grátis para permitir o seu acompanhamento”, ressalta.

Números em destaque

São 7 mil pontos de parada de ônibus na Região Metropolitana de Curitiba

19 municípios

900 veículos

266 linhas

525 mil usuários cadastrados na Metrocard