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Design

Bialetti Moka: o design que é sinônimo de café faz 90 anos

Cristina Seciuk
27/07/2023 13:18
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A Moka Express (ou italianinha, para os íntimos) é figura fácil na cozinha de apaixonados por um bom café e um bom design. Desenhada por Alfonso Bialetti, a icônica cafeteira transita de objeto de desejo a companheira do dia a dia e completa 90 anos ainda absoluta sobre a boca de fogões mundo afora - além de integrar importantes acervos como o do MoMA (Museu de Arte Moderna), de Nova York.
Criada em 1933, a peça se popularizou rapidamente na Itália do pré e pós-guerra, como produto de produção artesanal, mas ganhou o mundo a partir da segunda metade dos anos 1940. Tamanha longevidade tem inúmeros motivos, mas um é certo: a união entre beleza e praticidade.
"Assim como acontece com os grandes arquitetos, os grandes designers de móveis, este é um clássico que não envelhece", afirma Umberto Millo, diretor presidente da Imeltron (importadora exclusiva da Bialetti para o Brasil), e completa: "nenhum outro utilitário foi capaz de aliar um café tão gostoso com um desenho que agradasse tantas gerações. Se você apresentar a Moka para um idoso, ele reconhece e ama; para um adulto, ele deseja; para um jovem, ele acha muito prática e bacana. Não tem jeito, o design dela é imbatível".
O desenho original, de 1933, sofreu poucas alterações no decorrer dos anos
O desenho original, de 1933, sofreu poucas alterações no decorrer dos anos
Outras características da Moka também foram se destacando ao longo do tempo na comparação com outros modelos. Além do fácil manuseio, ela não utiliza filtros de papel ou de pano e não precisa de detergentes para a limpeza, garantindo um selo de sustentável ainda antes de ele estar em voga. "E além de tudo é linda", brinca Millo.
Claro que a lógica industrial e a publicidade deram seu empurrão à marca: com desenho de Paul Campani foi criado o Homenzinho de Bigodes ("Little Man with Mustache”), que se tornou a "cara" da Bialetti, inicialmente em vídeos animados que eram exibidos nas emissoras de tevê italianas e hoje estampado no corpo da cafeteira.
Patenteada, a cafeteira mudou muito pouco desde que foi criada, mantendo suas linhas características e - especialmente - o mecanismo de funcionamento. Quando desenvolveu a Moka, Bialetti mirou numa peça simples, eficiente e acessível, para preparar um café muito similar ao espresso, mas em casa. O item surgiu inspirado no princípio de uma caldeira e foi batizado em alusão ao termo “al-Mukha”, nome de uma cidade do Iêmen famosa pelos grãos premiados.

A anatomia de um clássico

A Moka funciona através do princípio da pressão da água e seu design é totalmente encaixável, composto por três partes principais: base, funil e reservatório superior. A base comporta a água e fica em contato direto com o fogo. No meio fica o funil, que se abre para um compartimento perfurado onde deve ser colocado o pó do café (mas nada de compactar, hein!). Por fim, a parte de cima destaca o formato octogonal e é para lá que vai a bebida, pronta para servir.
Pó e água adicionados, hora de ligar a chama e presenciar a "mágica". Quando a água esquenta ela sobe pela cafeteira, atravessando o café e chegando ao compartimento superior. "Parece e é simples, mas não deixa de ser sensacional", diz Millo, mas frisa: "quando preparar o café na Moka Express esteja junto porque é muito rápido, este processo demora uns 2 minutinhos".
Pedimos licença ao Bom Gourmet para mais uns segredinhos de preparo: coloque um fio de água na parte superior para evitar que o café fique com gosto queimado, prefira fogo baixo e opte por um grão de qualidade, de preferência moído na hora, em moagem média.

Para usar e expor

O modelo tradicional, na coloração própria do alumínio, é obviamente icônico, mas as versões coloridas e edições limitadas não passam despercebidas e são perfeitas para incrementar a decoração. A collab mais recente a chegar no Brasil tem a Moka "vestida" de Dolce&Gabbana, trazendo um ar fresh e elegante à tradicionalíssima italianinha.
A D&G buscou no chamado “carretto siciliano” (carroça siciliana) a inspiração para uma estampa exclusiva e cheia de personalidade. Símbolo do folclore e da cultura da Sicília, o carretto traz uma explosão de cores e ousadia na composição exclusiva: a decoração das cafeteiras tem uma matriz em comum, mas a aplicação dos desenhos não se repete de maneira uniforme, tornando cada peça única.

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