O presidente da Bolívia, Evo Morales, alertou nesta quarta-feira (20) que cumprirá sua "obrigação de pôr ordem" no país se a oposição conservadora recorrer à violência e rejeitar um diálogo sobre a autonomia política e fiscal das regiões.
Na terça-feira, uma greve geral em cinco Departamentos governados pela oposição foi marcada por incidentes violentos.
O presidente, cujo mandato foi recentemente ratificado em referendo, disse que estava disposto a dialogar sobre as reivindicações dos adversários - distribuição de impostos e a autonomia das regiões - desde que seja preservada a unidade nacional.
"Mas se alguns grupos não querem entender o grande sentimento do povo boliviano, o pensamento e sofrimento das maiorias, seguramente irão se reduzir mais e se tornar mais violentos - aí temos obrigação de pôr ordem para que haja respeito entre os bolivianos", disse Morales em discurso na Academia Nacional de Polícia.
"Diante dessa resistência de grupos cada vez mais radicais, não me arrependo de ser presidente", acrescentou, qualificando como "golpe civil contra o Estado boliviano" a surra dada na semana passada por autonomistas no comandante policial do rico Departamento de Santa Cruz, um reduto oposicionista.
Em seu pronunciamento, Morales não citou planos concretos para acelerar a aprovação de uma nova Constituição para o país, como ele prometera logo depois do recente referendo, atendendo à pressão de sindicatos e organizações populares que o apóiam.
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