O papa Bento 16 expressou nesta quinta-feira (16) a preocupação profunda da Igreja Católica com "a hostilidade e o preconceito" contra o cristianismo verificados na Europa, dizendo que o secularismo crescente é tão negativo quando o fanatismo religioso.
Na mensagem do Dia Mundial da Paz da Igreja Católica, comemorado em 1 de janeiro, ele também reiterou suas condenações recentes à falta de liberdade religiosa em países do Oriente Médio onde os cristãos formam uma minoria, como o Iraque e a Arábia Saudita.
Bento 16 disse que os cristãos são o grupo religioso mais perseguido do mundo e que é "inaceitável" que em alguns lugares eles tenham que colocar suas vidas em risco para poderem praticar sua fé.
Mas ele falou com mais contundência sobre a Europa, onde a Igreja diz estar sendo atacada por alguns governos e instituições europeias, em questões como o casamento homossexual, o aborto e o uso de símbolos religiosos cristãos em locais públicos.
"Manifesto também minha esperança de que no Ocidente, e especialmente na Europa, seja encerrada a hostilidade e o preconceito contra cristãos pelo fato de eles estarem determinados a orientar suas vidas de maneira consistente com os valores e princípios expressos no Evangelho", disse ele na mensagem.
"Que a Europa, em vez disso, se reconcilie com suas raízes cristãs, que são fundamentais para compreender seu papel passado, presente e futuro na história", disse ele.
A mensagem, este ano intitulada "Liberdade Religiosa, o Caminho para a Paz", é tradicionalmente enviada a líderes mundiais e instituições nacionais e internacionais, como as Nações Unidas.
O papa pôs no mesmo nível aquilo que o Vaticano descreve como "secularismo agressivo", como o casamento homossexual e as restrições a símbolos religiosos como crucifixos, presépios e outras tradições, e o fanatismo religioso."É preciso que fique claro que o fundamentalismo religioso e o secularismo são semelhantes, na medida em que ambos representam formas extremas de uma rejeição do pluralismo legítimo e do princípio da secularidade."
Uma autoridade do Vaticano que apresentou a mensagem do papa disse em entrevista à imprensa que entre 200 milhões e 300 milhões de cristãos no mundo "enfrentam ameaças diárias de assassinato, espancamento, prisão, e outros 350 a 400 milhões são discriminados em empregos e habitação".
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