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Crise

Protestos no Irã ganham incentivo dos EUA

Com os punhos levantados, parlamentares entoam gritos de “morte a Mousavi, Karroubi e Khatami", os líderes dos protestos | Raouf Mohseni/Mehr News/Reuters
Com os punhos levantados, parlamentares entoam gritos de “morte a Mousavi, Karroubi e Khatami", os líderes dos protestos (Foto: Raouf Mohseni/Mehr News/Reuters)

O alastramento da onda de protestos no mundo árabe e no Orien­­te Médio para o Irã reacendeu a rixa entre o regime islâmico e os Estados Unidos, com o go­­verno norte-americano au­­mentando o tom no apoio à oposição iraniana.

Na segunda-feira, milhares de iranianos foram às ruas protestar contra o regime pela primeira vez desde a série de manifestações de 2009 contra a reeleição do presidente Mahmoud Ahma­­dinejad. Duas pessoas morreram durante confrontos – segundo o governo, dois membros das forças de segurança.

O presidente dos EUA, Barack Obama, condenou a repressão iraniana às manifestações e ironizou o contraste da reação aos levantes oposicionistas locais e no Egito. "Acho irônico que o go­­verno do Irã celebre o que ocorreu no Egito [a deposição do aliado americano Hosni Mubarak na última sexta], quando agiram em total contraste atirando e batendo nas pessoas que querem se expressar de um modo pacífico.’’

"Espero que continuemos a ver o povo iraniano tendo a coragem de expressar seu desejo de mudança’’, afirmou Obama, na Casa Branca. "O mundo está mu­­dando. Vocês têm uma geração jovem, vibrante dentro do Orien­­te Médio, que está buscando mais oportunidade", acrescentou.

As declarações foram rebatidas por Ahmadinejad, para quem os "inimigos’’ que convocaram os protestos não alcançarão seus objetivos.

Na segunda-feira, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clin­­ton, já havia expressado seu apoio à oposição no Irã e afirmado que os manifestantes "merecem os mesmos direitos exercidos pelo Egito’’.

A Chancelaria iraniana reagiu afirmando que "os comentários dos responsáveis norte-americanos resultam da confusão em re­­lação às mudanças que ocorrem na região’’.

Pena de morte

Parlamentares iranianos linha-dura pediram ontem o julgamento e condenação à morte de líderes opositores aos quais atribuíram a responsabilidade pelos protestos antirregime da véspera. Os parlamentares governistas exigem que Mir Hossein Mousavi e Mehdi Karroubi – candidato derrotado à Presidência em 2009 – e o ex-presidente Mohammad Khatami (1997-2005) respondam pelas ações.

Os governistas linha-dura en­­toavam cânticos de "morte a Mou­­savi, Karroubi e Khatami’’ com os punhos no ar. "Acreditamos que o povo perdeu a paciência e exige a pena capital’’, disseram 221 deles em um comunicado. Mou­­savi e Karroubi estão há dias sob prisão domiciliar.

Os novos protestos foram convocados em apoio às revoltas que depuseram os ditadores de Tuní­­sia e Egito. Pedidos prévios de autorização para a promoção dos atos em prol das revoltas no mundo árabe haviam sido rejeitados pelo governo do Irã.

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