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Relatório da ONG Centre for Information Resilience revela atuação em bloco nas redes sociais para defender narrativas chinesas.
Relatório da ONG Centre for Information Resilience revela atuação em bloco nas redes sociais para defender narrativas chinesas.| Foto: World Image/Bigstock

A notícia de perseguição contra minorias étnicas em Xinjiang, a guerra comercial com os EUA e a provável origem da pandemia da Covid-19 na China fizeram com que o país asiático procurasse melhorar sua imagem no exterior por todos os meios.

Embora sem revelar uma ligação direta com o Partido Comunista Chinês, um relatório feito pela ONG Center for Information Resilience (CIR)e divulgado pela BBC denuncia um esforço centralizado de propaganda na internet que “distorce as percepções internacionais sobre questões significativas, eleva a reputação da China entre seus apoiadores e desacredita acusações contra o governo chinês”.

Os pesquisadores levantaram uma série de indícios que apontam para a criação de perfis falsos nas principais redes sociais, como Facebook, Twitter e YouTube, e que atuam em conjunto para impulsionar informações favoráveis a China, em inglês e chinês, em questões como a pandemia, direitos humanos em Xinjiang e conflitos estrangeiros.

Os perfis, por exemplo divulgam em bloco caricaturas bizarras retratando o magnata chinês exilado Guo Wengui, a médica chinesa Li-Meng Yan (que afirmou que o novo coronavírus foi criado em laboratório), e Steve Bannon, ex-estrategista político de Donald Trump.

Além disso, temas controversos, como porte de armas de fogo e questões raciais, também são usados para atacar os Estados Unidos.

A rede funciona com perfis criados especialmente para postar conteúdo original, enquanto outros apenas compartilham, curtem e comentam sobre essas postagens, para ajudar a atingir um público mais amplo. Os perfis também apresentam certos padrões que indicam um comportamento de um robô não de humanos.

Há até mesmo indícios de que as fotos usadas nos perfis foram criadas por inteligência artificial, com um método chamado StyleGAN que dificulta a identificação de que sejam fotos reais adulteradas.

O autor do relatório e Diretor de Investigações do CIR, Benjamin Strick, afirmou que “embora os conteúdos distribuídos têm forte semelhança com o conteúdo visto nas contas de representantes do governo chinês e da mídia ligado ao Estado da China [...], não há indicação de atribuição”.

Entretanto, Strick ressalta que “o objetivo da rede parece ser deslegitimar o Ocidente, ampliando as narrativas pró-chinesas.”

Ross Burley, cofundador e diretor executivo do CIR , pede que as empresas envolvidas tomem providências: “Instamos as plataformas mencionadas neste relatório a investigarem a rede, mostrar formalmente a atribuição dela e retirá-la do ar. É importante que os responsáveis ​​por sua existência sejam expostos.”

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