O deputado estadual Matheus Viniccius Ribeiro Petriv, o Boca Aberta Junior (Pros), foi acusado de crime de peculato pelo Ministério Público do Estado do Paraná (MP-PR). O caso envolve “kits esportivos” destinados a escolas estaduais de Londrina, principal base eleitoral do político. A denúncia foi proposta no início de agosto ao Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJ-PR), devido ao foro especial por prerrogativa de função do parlamentar. O relator do caso é o desembargador Arquelau Araujo Ribas.
O MP acusa Boca Aberta Junior de ter desviado kits esportivos, obtidos através de um convênio entre a Paraná Esporte, autarquia ligada ao governo do Paraná, e o município de Londrina. Isso teria ocorrido no ano passado, entre os meses de agosto e setembro. De acordo com o MP, apenas 35% dos kits esportivos foram efetivamente entregues para colégios estaduais da cidade, conforme determinava o convênio. O restante – 65% - foi armazenado no gabinete do parlamentar e, depois, distribuído a “pessoas influentes de bairros londrinenses”, como se fosse “um presente do deputado estadual”, na narrativa do MP.
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Entre as testemunhas que o MP pede para serem ouvidas, estão três pessoas que receberam os kits esportivos e acabaram fazendo a devolução deles ao MP de Londrina, “quando souberam que os bens decorriam de prática ilícita”. Os kits esportivos desviados representariam R$ 196.682,00, no cálculo do MP.
Boca Aberta Junior já responde pelos mesmos fatos na esfera cível, assim como uma assessora dele. Uma ação civil por improbidade administrativa tramita desde maio na 2ª Vara da Fazenda Pública de Londrina e já houve uma liminar deferida para bloquear cerca de R$ 200 mil do parlamentar.
Procurado pela Gazeta do Povo nesta quarta-feira (8), Boca Aberta Junior disse que já esperava pela denúncia criminal e que responderá a acusação “com tranquilidade”. “Não é surpresa nenhuma. Eu vou provar minha inocência. Tem um grupo que vem perseguindo eu e minha família há muito tempo”, disse ele, sem citar nomes. O parlamentar é filho de Emerson Petriv, o Boca Aberta (Pros), cujo mandato de deputado federal foi cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no mês passado.
Em outra ação civil pública por improbidade administrativa, pai e filho são acusados de terem exigido parte dos salários de seus funcionários comissionados para o pagamento de despesas pessoais da família. A acusação também se estende à vereadora de Londrina Mara Boca Aberta (Pros), que é esposa de Boca Aberta. Os valores das despesas pessoais pagas desta forma, segundo o MP, somam R$ 81.701,73. A família nega.
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