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Presos em operação

Violência extrema e reféns sob a mira de armas: como agia o grupo que roubava cargas no Paraná

Operação mirou grupo criminoso que roubou 10 cargas nos últimos quatro meses no Paraná.
Operação mirou grupo criminoso que roubou 10 cargas nos últimos quatro meses no Paraná. (Foto: Divulgação/PRF)

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Violência física, tortura psicológica, caminhoneiros mantidos por horas em cativeiros como reféns na mira de armas de fogo enquanto as cargas eram desviadas. Esse era o perfil da organização criminosa que atuava nas estradas do Paraná e foi alvo de uma operação policial nesta sexta-feira (1º).

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A quadrilha praticou, segundo a Polícia Civil (PCPR) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF), ao menos 10 roubos nos últimos 4 meses, causando um prejuízo avaliado em mais de R$ 2 milhões. Bem articulado, contava com integrantes em diferentes municípios do estado, mas atuava em pontos específicos nas BRs 277 e 476 na região dos Campos Gerais paranaense.

O alvo era caminhoneiros que viajavam, principalmente, rumo ao porto de Paranaguá, por onde boa parte da produção do estado, da região Centro-Oeste do país e do Paraguai é escoada. As investigações revelaram que as vítimas eram acuadas em postos de combustíveis à beira da rodovia e, em dado momento, eram levadas para um cativeiro enquanto a carga era despejada em outros caminhões ou locais adaptados para a recepção. Um bitrem, por exemplo, pode transportar até 57 toneladas de grãos.

Foram 19 ordens judiciais cumpridas nesta sexta-feira em Curitiba, Fazenda Rio Grande e Cantagalo. Foram 6 mandados de prisão temporária, 7 de busca e apreensão e 6 e sequestro de bens. Segundo o delegado André Feltes, da Polícia Civil do Paraná, uma sétima pessoa foi presa em flagrante. Durante a operação também foi apreendido um aparelho que bloqueia o rastreador dos caminhões.

Apesar da preferência pela soja, o grupo também agia pela oportunidade, de olho em outros produtos transportados. “A maioria dos suspeitos possui passagem por roubos, inclusive de carga, porte ilegal de arma de fogo e tráfico de drogas. Eles são investigados por associação criminosa, roubo circunstanciado, porte ilegal de arma de fogo e adulteração de sinal identificador de veículo automotor”, informa a polícia.

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Alerta para subnotificações em casos de roubo de cargas

O chefe do Núcleo de Operações Especiais da PRF, Mark Ferreira, alerta para as subnotificações de casos de roubo de cargas, vítimas que não procuram a polícia para formalizar o crime, ou casos em que o caminhoneiro é conivente com a ação criminosa, situações que de acordo com a polícia não dizem respeito à operação deflagrada nesta sexta-feira. “Pedimos aos caminhoneiros e à população que trafega pelas rodovias para acionar o telefone de emergência 191 se notarem algo estranho”, destaca.

O PRF atenta ainda para manter a atenção sobre movimentações que possam ser consideradas diferentes em torno dos veículos que possam seguir condutores. Nesses casos, as polícias precisam ser imediatamente acionadas. “Para as paradas é importante buscar postos iluminados, bem movimentados. Existem muitos com boas estruturas e pátios seguros para o descanso”, orienta ele.

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