O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou que a Polícia Federal (PF) ouça, em até cinco dias, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, para apurar esclarecimentos sobre supostas declarações feitas pelo político, mencionadas em reportagem publicada pela revista Veja em 27 de julho de 2024. A publicação informou que Valdemar declarou à Justiça da Flórida, nos Estados Unidos, em processo contra a ex-mulher Maria Christhina, que o PL era perseguido pelo STF e por um dos seus ministros em especial, sem citar nomes.
Na decisão de Moraes, tomada em 30 de julho e ainda sob sigilo, o comandante do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro teria atribuído “condutas inverídicas” aos magistrados da Corte e a delegados da PF. Valdemar ainda não foi ouvido pela corporação e não se manifestou sobre a mais nova determinação do STF contra ele. Moraes cita o trecho da reportagem creditado ao líder partidário, que embasou a sua determinação: “Dada a natureza trivial das acusações, eu acredito, e é até de conhecimento geral no Brasil, que essa prisão teve motivação política”.
Valdemar foi preso por posse ilegal de arma em 8 de fevereiro de 2024, quando era alvo de busca e apreensão na operação Tempus Veritatis, que investiga suposta tentativa de golpe de Estado em 2022, por portar uma arma de fogo sem registro. Ele foi solto em 10 de fevereiro. O desdobramento judicial, com a ordem de Moraes para a PF colher depoimento de Valdemar, é mais uma pressão do STF sobre o político. Impedido pelo ministro de manter contato com Jair Bolsonaro desde a Tempus Veritatis.
Valdemar acompanhou neste sábado (3) a convenção do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), solado dos políticos. Ele discursou no evento pouco antes da chegada de Bolsonaro, por volta das 10h. Em sua fala, o presidente do PL lamentou a proibição de manter contato com o ex-presidente da República.
A Operação Operação Tempus Veritatis, deflagrada em fevereiro por autorização do ministro do Alexandre de Moraes apura uma suposta organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, para obter vantagem de natureza política com a manutenção no poder do então presidente Bolsonaro. O PL foi o maior prejudicado pela operação, pois os impedimentos criaram dificuldades para a organização de ações voltadas às campanhas eleitorais de 2024.
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