O deputado foi flagrado por uma câmera escondida instalada em seu escritório pela PF.
O deputado foi flagrado por uma câmera escondida instalada em seu escritório pela PF.| Foto: Reprodução/Polícia Federal.

O deputado Josimar Maranhãozinho (PL-MA) foi flagrado manuseando uma grande quantidade de dinheiro que teria sido desviado de emendas parlamentares, segundo a Polícia Federal. Em outubro do ano passado, a PF obteve as imagens de uma câmera escondida instalada no escritório do deputado em São Luís (MA). No vídeo, o parlamentar retira maços de dinheiro de uma caixa e guarda um maço embaixo de uma bolsa. A Informação foi divulgada pela revista Crusoé.

A PF teve a autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para conduzir a investigação, que faz parte da Operação Descalabro. O fluxo do esquema seria o seguinte: o deputado indicava dinheiro de emendas parlamentares para prefeituras em que exercia algum tipo de influência; após receber os valores, a prefeitura contratava e pagava empresas ligadas ao deputado; o dinheiro era sacado e entregue no escritório do político. O esquema só seria possível porque o deputado tem parentes e pessoas de sua confiança no comando de prefeituras locais.

Os policiais já mapearam emendas no valor de R$ 15 milhões destinadas por Maranhãozinho para municípios em que ele tem alguma influência. Endereços do político foram alvo de busca e apreensão nesta semana. Além das imagens, a PF captou áudios de conversas, analisou documentos, e extratos bancários de prefeituras. Os agentes investigam também se os valores foram usados para interferir nas eleições municipais em São Luís.

O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) afirmou que o caso reforça a necessidade de abrir uma CPI do Orçamento Secreto. "A gravidade do assunto requer apuração minuciosa, também para garantirmos transparência e aplicação correta desses recursos" disse Vieira.

No ano passado, o relator do caso no STF, ministro Ricardo Lewandowski, não acatou o pedido da PF para decretar a prisão cautelar e afastar Maranhãozinho do cargo. Dois inquéritos sigilosos tramitam no STF sobre o esquema chamado de "feirão das emendas". A suspeita é que parlamentares cobram comissão para indicar recursos do Orçamento a uma determinada prefeitura.