Senadores durante a sessão da CPI desta quarta-feira (23)
Senadores durante a sessão da CPI desta quarta-feira (23)| Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Os senadores que integram a CPI da Covid e são alinhados com o governo de Jair Bolsonaro criticaram a cúpula da comissão pelo que chamam de "blindagem da corrupção". Em entrevista coletiva após a sessão desta quarta-feira (23), Marcos Rogério (DEM-RO), Eduardo Girão (Podemos-CE), Jorginho Mello (PL-SC) e Luis Carlos Heinze (PP-RS) afirmaram que os demais senadores da CPI têm evitado que as investigações avancem sobre eventuais desvios cometidos por governos estaduais.

"A CPI está completando quase dois meses de trabalho e faz investigação apenas sobre o governo federal", criticou Girão, que se diz "independente" em relação ao Palácio do Planalto. O senador voltou a defender investigações sobre o Consórcio Nordeste, entidade que agrupa nove governos estaduais e que, na avaliação de Girão, empreendeu durante a pandemia negociações com suspeitas de corrupção. Rogério disse que os senadores governistas não se mobilizam contra investigações que enfoquem o Palácio do Planalto, e que sua crítica se pauta pelo que chama de "seletividade" da CPI.

Nesta quarta-feira (23), a comissão aprovou a convocação do servidor público Luís Ricardo Miranda e seu irmão, o deputado Luis Miranda (DEM-DF). Luis Ricardo é funcionário do Ministério da Saúde e relatou, em depoimento ao Ministério Público, ter recebido pressões externas para garantir a compra da vacina Covaxin pela pasta. Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo relatou que o governo brasileiro negociou vacinas Covaxin com preço 1.000% superior ao inicialmente previsto.