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Embargos de Declaração

Defesa de Bolsonaro não recorre e Moraes pode determinar cumprimento de pena

Jair Bolsonaro foi condenado pela Primeira Turma, mas os embargos de declaração podem ser apresentados para esclarecer pontos obscuros do acórdão.
Jair Bolsonaro foi condenado pela Primeira Turma, mas os embargos de declaração podem ser apresentados para esclarecer pontos obscuros do acórdão. (Foto: Andre Borges/EFE)

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Terminou às 23h59 desta segunda-feira (24) o prazo para que a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pudesse interpor embargos de declaração na ação penal nº 2668 (núcleo 1). Bolsonaro foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por organização criminosa armada, golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Com isso, o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes pode determinar o trânsito em julgado, iniciando o cumprimento da pena.

As defesas do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) e do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres também não apresentaram embargos. Os prazos para as defesas abriram na última terça-feira (18), após a Primeira Turma rejeitar, por unanimidade, os embargos de todos os réus.

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Entenda os embargos de declaração

Os embargos de declaração servem para que a defesa peça esclarecimento sobre pontos não tratados ou confusos em uma decisão judicial. Na prática, porém, temos que tanto a doutrina quanto a jurisprudência dão ao magistrado a opção de não se manifestar sobre todos os pontos trazidos pela defesa ou constantes nos autos. Com isso, a tendência observada nos tribunais é a rejeição desse tipo de instrumento. Além desse argumento, julgadores costumam alegar que os embargos foram apresentados como recurso "meramente protelatório", ou seja, para adiar uma condenação indesejada.

O ex-presidente está preso preventivamente, mas não pelo processo que trata de golpe de Estado. Bolsonaro enfrenta um inquérito que apura sua participação em uma suposta tentativa de obstruir investigações e coagir o Judiciário com sanções de autoridades estrangeiras. Moraes é um dos sancionados pela Lei Magnitsky.

Antes em prisão domiciliar, Jair Bolsonaro teve sua prisão decretada após seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) convocar uma vigília na porta de sua casa e o próprio ex-presidente admitir que, "por curiosidade", tentou abrir sua tornozeleira eletrônica com ferro de solda. Apoiadores e a defesa indicam que Bolsonaro estaria em surto, como consequência de medicação pesada. A decisão monocrática de Moraes foi confirmada por todos os ministros da Primeira Turma.

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