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O advogado Celso Vilardi, que comanda a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), vai pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) que os ministros Flávio Dino e Cristiano Zanin se declarem impedidos para julgar a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-mandatário.
Vilardi se reuniu com o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, na tarde desta segunda-feira (24). Dino e Zanin foram indicados ao STF pelo presidente Lula (PT) e já moveram ações contra Bolsonaro. O advogado também deve solicitar que a denúncia seja analisada pelo plenário e não pela Primeira Turma.
A princípio, o caso deve ser julgado pelo colegiado, pois as regras do STF estabelecem que processos criminais podem tramitar na Turma de origem do relator. No entanto, a defesa considera a medida desfavorável ao ex-presidente.
Fazem parte do colegiado o relator do inquérito, Alexandre de Moraes, e os ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux. Vilardi deve se reunir com Moraes nesta quarta-feira (26) para discutir as petições, segundo apuração do jornal O Globo.
Após o encontro com Barroso, o advogado disse a jornalistas que pedirá a anulação da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e ainda tentará conseguir mais prazo para contestar a denúncia.
“Vou apresentar petições e vim despachar com o ministro… Não tive acesso a todas as mídias [da delação] e pretendo despachar sobre esse assunto. Isso precisa ser analisado dentro de um contexto e não em frases separadas”, afirmou ao ser questionado sobre áudios relacionados ao processo divulgados pelo Fantástico, neste domingo (23) .
Na semana passada, os advogados de Bolsonaro pediu 83 dias para apresentar a defesa. Moraes rejeitou a solicitação e manteve os 15 dias previstos na legislação. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, denunciou Bolsonaro e outras 33 pessoas por suposta tentativa de golpe de Estado em 2022. O ex-presidente nega ter participado da suposta trama golpista.