Empresários, executivos, pesquisadores e artistas assinaram um abaixo-assinado contra a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em apoiar a petição da África do Sul que acusa Israel de genocídio. Eles pedem a retirada do apoio brasileiro à iniciativa que pretende investigar “atos e medidas que possam constituir genocídio ou crimes relacionados” e determinar o cessar-fogo imediato de Israel na Faixa de Gaza.
A petição online já conta mais de 19 mil assinaturas e pode ser acessada aqui. No pedido, o grupo aponta o "descontentamento com a iniciativa do governo brasileiro" e afirma estar ciente da “complexidade da situação em Gaza e o sofrimento da população local”. Segundo a representação, é necessário “avaliar todos os aspectos” antes de endossar a iniciativa, “principalmente quando se trata da séria acusação de genocídio”.
“Instamos, portanto, uma reconsideração desse apoio (grifo original) e a adoção de uma abordagem justa e equilibrada. Enquanto buscamos aliviar o sofrimento em Gaza, é crucial pressionar não apenas Israel, mas especialmente o Hamas, para que cesse o uso de escudos humanos e liberte os reféns”, acrescenta.
O grupo ainda ressalta que "o conflito teve início com um ataque terrorista do Hamas, que declaradamente busca a eliminação de Israel e de seu povo". "O Hamas utiliza civis como escudos humanos e mantém reféns inocentes, o que contribui significativamente para a complexidade e gravidade da situação em Gaza. Ao apoiar o pedido da África do Sul, o Brasil pode inadvertidamente reforçar uma visão distorcida dos eventos, simplificando uma realidade complexa", aponta a petição.
Entre as 119 personalidades que apoiaram o manifesto, aparecem a ex-ministra do Supremo Tribunal Federal Ellen Gracie, o empresário e economista Roberto Giannetti da Fonseca, o presidente da Suzano, Walter Schalka, o CEO de O Boticário, Artur Grynbaum, o CEO na Natura, Fábio Colletti Barbosa, o presidente do conselho do Hospital Albert Einstein, Claudio Lottenberg, o presidente do Google Brasil, Fabio Coelho, o cientista político Christian Lohbauer, atriz Bruna Lombardi e a microbiologista Natália Pasternak.
Recentemente, algumas personalidades acusadas de antissemitismo assinaram uma carta de apoio ao ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e ao presidente Lula (PT) pela decisão de endossar a denúncia da África do Sul contra Israel. Entre os signatários da carta estão os professores Reginaldo Nasser, Salem Nasser e o jornalista Breno Altman, todos acusados de antissemitismo.
Veja a íntegra do texto de petição online:
Prezado Presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
Nós, cidadãos preocupados, expressamos nosso descontentamento com a decisão do governo brasileiro de apoiar a ação da África do Sul contra Israel na Corte Internacional de Justiça. Compreendemos a complexidade da situação em Gaza e o sofrimento da população local. No entanto, é imperativo avaliar todos os aspectos antes de endossar tal iniciativa, principalmente quando se trata da séria acusação de genocídio.
Genocídio, por definição, implica a intenção de exterminar pessoas com base em nacionalidade, raça, religião ou etnia. Não acreditamos que seja sua visão ou a percepção geral dos brasileiros que Israel tenha tal objetivo. Pelo contrário, reconhecemos que o conflito teve início com um ataque terrorista do Hamas, que declaradamente busca a eliminação de Israel e de seu povo.
O Hamas utiliza civis como escudos humanos e mantém reféns inocentes, o que contribui significativamente para a complexidade e gravidade da situação em Gaza. Ao apoiar o pedido da África do Sul, o Brasil pode inadvertidamente reforçar uma visão distorcida dos eventos, simplificando uma realidade complexa.
Instamos, portanto, uma reconsideração desse apoio e a adoção de uma abordagem justa e equilibrada. Enquanto buscamos aliviar o sofrimento em Gaza, é crucial pressionar não apenas Israel, mas especialmente o Hamas, para que cesse o uso de escudos humanos e liberte os reféns. A responsabilidade pela situação deve ser atribuída a todas as partes envolvidas, sem acusações infundadas, como a de genocídio praticado por Israel.
Apelamos por uma atitude que promova a verdade, a justiça e um ambiente propício para negociações de paz duradouras.
Brasil, 15 de janeiro de 2024
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