O governo Lula culpou a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela falta de “controle patrimonial” de móveis do Palácio da Alvorada. Em nota, divulgada no início da noite desta quarta-feira (20), o Planalto disse que a compra de novos móveis foi “imprescindível” para “recompor o ambiente do Palácio de acordo com seu projeto arquitetônico”.
Mais cedo, o jornal Folha de S. Paulo revelou que a Presidência da República encontrou os 261 itens de mobiliário, cujo “sumiço” foi atribuído por Lula ao casal Bolsonaro. A ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro (PL), prometeu tomar “medidas judiciais” e disse que o “real motivo das acusações caluniosas” sobre os bens da Presidência serviu como “cortina de fumaça” para o atual governo “comprar móveis luxuosos por puro capricho e sem licitação”.
“O relatório, que diz que 261 itens não haviam sido localizados, foi emitido no dia 4 de janeiro de 2023, concluindo um trabalho iniciado em 18/11/2022, feito durante o governo Bolsonaro, e finalizado pela equipe do governo anterior. Foi essa a informação recebida no início desta gestão. Ou seja, quem não sabia onde estavam os itens era a gestão anterior, parte deles abandonados em depósitos externos ao Palácio da Alvorada e sem efetivo controle patrimonial”, argumentou o governo Lula no comunicado.
Segundo o Planalto, a busca por todos os itens foi concluída no segundo semestre de 2023. “Os móveis que foram comprados para viabilizar a mudança do presidente ao Palácio do Alvorada foram os imprescindíveis para recompor o ambiente do Palácio de acordo com seu projeto arquitetônico, e não são necessariamente de mesma natureza dos itens do relatório citado. Foram comprados para recompor o ambiente do Palácio que estava deteriorado, como foi mostrado inclusive por jornalistas”, diz a nota.
Michelle promete ação judicial após acusações sobre móveis
Para a ex-primeira-dama, “durante muito tempo esse governo quis atribuir a nós o desaparecimento de móveis do Alvorada, inclusive insinuando que eles teriam sido furtados na nossa gestão”. No início da tarde, o ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que “todos os móveis estavam no Alvorada" e apontou que “Lula incorreu em falsa comunicação de furto”.
Em nota, a presidente do PL Mulher afirmou que “no início do governo Bolsonaro, os móveis da residência oficial foram colocados nos depósitos do próprio Alvorada para serem substituídos pelos móveis pessoais do casal – o que não é proibido pela legislação vigente”.
“Na verdade, eles sempre souberam que isso era uma mentira, mas queriam uma cortina de fumaça para tirar o foco da notícia de que eles gastariam o dinheiro do povo para comprar móveis luxuosos por puro capricho e sem licitação. Essa é uma técnica recorrente deles", disse Michelle.
"Apesar de todo desgaste emocional que isso me causou, eu sempre tive a certeza de que Deus traria a verdade à tona, não só nesse caso, mas em todas as falsas acusações que essas pessoas usadas pelo mal têm feito contra nós. Agora que a verdade veio à tona, as medidas judiciais serão adotadas", acrescentou.
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